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Análise Clima

Calor e falta de chuva deixam a agricultura dos EUA em alerta

FERNANDO MURARO JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA

A safra 2012/13 dos EUA, que começou com clima favorável e plantio antecipado, já enfrenta complicações devido ao tempo seco e quente.

A lavoura que inspira mais preocupação no momento é o milho, que tem 25% de sua área em polinização, fase em que umidade e temperaturas amenas são essenciais.

Para a soja, ainda há a chance de recuperação se voltar a chover nas próximas semanas, pois o enchimento de grãos ocorre somente a partir da metade deste mês.

Mesmo assim, os recordes de temperatura batidos em vários pontos do Meio-Oeste no fim de junho, com máximas em torno de 40ºC em algumas áreas, já rendem cotações mais altas em Chicago.

Os contratos com vencimento em novembro, que servem de referência para a safra dos EUA, fizeram nova máxima do ano ontem, ao bater em US$ 14,5575 por bushel (27,2 kg).

Os papéis para vencimento neste mês chegaram a US$ 15,42, melhor cotação em quatro anos para contratos de primeira posição.

Nesse caso, a influência é menos do clima e mais dos estoques apertados dos EUA, que devem terminar a temporada 2011/12, em 31 de agosto, num dos patamares mais baixos já registrados.

É justamente essa combinação de condições climáticas desfavoráveis e estoques baixos que desenha um quadro complicado para a soja.

Na semana passada, o Usda aumentou a estimativa de área plantada dos 29,9 milhões de hectares do fim de março para 30,8 milhões.

Mesmo assim, basta uma redução de 3% na produtividade que seria obtida com clima normal para os estoques finais de 2012/13 recuarem para um volume de apenas 16 dias de consumo, abaixo dos já ruins 21 dias de 2011/12.

Embora ainda haja chance de recuperação para a soja, as condições das lavouras não animam. Segundo o Usda, somente 45% das lavouras estavam em condições boas e excelentes no domingo -o pior índice desde 1988.

Mesmo que as lavouras melhorem, e os EUA colham uma boa safra, a alta dos preços já garante avanço de área no Brasil, onde o plantio começa no final de setembro.

FERNANDO MURARO JR. é engenheiro-agrônomo e analista de mercado da Agrural Commodities Agrícolas.

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