Vendedores usam robô para guerra de preços na Amazon

Ferramentas de alta velocidade introduzidas para uso nos mercados de ações estão sendo usadas com cada vez mais frequência para determinar preços na Amazon, por vendedores que procuram superar os concorrentes.

Os preços podem mudar em intervalos de apenas 15 minutos, à medida que uma parcela cada vez maior dos 2 milhões de vendedores que oferecem produtos por meio do site de varejo adere ao uso de ferramentas computadorizadas, muitas das quais desenvolvidas para o mercado financeiro.

Os "preços robotizados" se tornaram fonte de tensão, já que a Amazon concorre com seus clientes e ao mesmo tempo tem acesso a dados de vendas e uma experiência maior em como tomar decisões a partir dessas informações.

Os vendedores do site da Amazon -usando software criado por terceiros- podem estabelecer regras para garantir, por exemplo, que seus preços sejam sempre US$ 1 mais baixos que os de rivais.

Algoritmos complexos podem analisar dados e determinar preços para valer posição de destaque no site.

Essas ferramentas acarretam risco de problemas como o de 2010, quando operações algorítmicas foram responsabilizadas pela queda dos preços de algumas ações americanas a quase zero -as ações despencaram e se recuperaram em apenas 20 minutos.

Em 2011, algoritmos inflacionaram o preço de "The Making of a Fly", livro de genética, para US$ 23 milhões.

O oposto é possível. Vendedores criam contas falsas com preços ultrabaixos para forçar a queda de rivais, adquirindo produtos concorrentes a preços baixos. Isso viola as normas da Amazon.

Jack Sheng, da eForCity, que vende acessórios eletrônicos no site, diz que essa interação pode resultar em espirais de queda. "Se o preço cai por engano a US$ 1, o estoque de uma empresa pode ser zerado em pouco tempo."

Victor Rosenman, da Feedvisor, empresa que vende ferramentas de preços para clientes da Amazon, diz que a inspiração é o mercado de ações. "Eles dispõem de algoritmos de aprendizado que se calibram e melhoram automaticamente. É essa ideia."