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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

EUA estimam safra de milho 12% menor; na soja, a queda é de 5%

Motivo de especulação no mercado nas últimas semanas, o impacto da seca na safra 2012/13 de grãos dos EUA começa a ganhar números.

O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) fez reduções significativas na estimativa para a produtividade das lavouras americanas.

Os cortes são os maiores já feitos pelo Usda em um mês de julho, segundo a analista Daniele Siqueira, da AgRural.

Para o milho, a estimativa de produtividade caiu de 174 sacas por hectare, em junho, para 153 sacas por hectare.

A falta de chuvas em uma fase crítica para o desenvolvimento das lavouras -a polinização- é a responsável pelo menor rendimento.

Para a produção, o corte do Usda foi de 12% em relação à estimativa anterior, para 329 milhões de toneladas.

Com isso, os estoques ao final da safra devem conter 30 milhões de toneladas de milho, o equivalente a apenas 34 dias de consumo, segundo cálculos da analista.

Para a soja, cujas projeções costumam ser alteradas em agosto, o Usda já reduziu o rendimento de 49 sacas para 45 sacas por hectare. Para a produção, a estimativa caiu 5% -a queda só não foi maior porque a área plantada aumentou em relação a junho.

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Ajuste O consumo vai se adaptar à nova realidade da oferta, com a safra de grãos nos EUA menor que o previsto. O Usda estima queda de 6% no consumo norte-americano de milho na safra 2012/13.

Menos álcool A baixa disponibilidade de milho e os altos preços devem reduzir o uso do cereal para a produção de etanol nos EUA, diz o Usda.

Estoque baixo O Usda também cortou sua estimativa para o consumo de soja nos EUA, em 2%. Mesmo assim, os estoques da oleaginosa, ao final da safra 2012/13, serão os menores já registrados, equivalentes a 15 dias de consumo.

Agro paulista As exportações do agronegócio paulista caíram 8,8% no primeiro semestre, para US$ 9 bilhões.

Queda no boi A maior oferta de animais e o baixo consumo continuam pressionando o boi gordo, que já cai 11,5% em 2012. Ontem, a arroba atingiu R$ 92 em São Paulo, diz a Informa Economics FNP.

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Cafés especiais perdem participação nos embarques

Os cafés arábica diferenciados, os chamados especiais, perderam participação nas exportações do produto. De 21% na safra 2010/11, eles representaram 16% do total na safra encerrada em junho.

Os dados, do Cecafé (conselho dos exportadores), apontam queda de 33% nos embarques de especiais. O volume total caiu 15%.

O motivo é o ano de baixa do ciclo bianual da cultura, diz Guilherme Braga, diretor do Cecafé. Os anos de baixa, como o da safra passada, prejudicam mais o café arábica que os de menor qualidade.

Na atual safra, que está sendo colhida, as chuvas que atrapalham a colheita podem novamente limitar os embarques de arábica diferenciado.

A esperança, diz Braga, é que as regiões que hoje são referência em café de qualidade -cerrado mineiro e oeste baiano- foram menos afetadas pelo clima.

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TATIANA FREITAS (interina)

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