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Mercado - MPME Afinidade reforça negócio entre amigos Relação de confiança e conhecimento propiciam ambiente favorável para empreendimentos, afirmam especialistas Desavenças, no entanto, podem comprometer amizade, e, nessa hora, o recomendado é desfazer parceria THIAGO SANTOSCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Ainda que o ditado popular afirme "amigos, amigos; negócios à parte", a afinidade entre os donos da empresa é um fator que pode contribuir para a sobrevivência do negócio. O fato de as pessoas já se conhecerem e compreenderem o temperamento uma da outra e, principalmente, de cultivarem uma relação de confiança joga a favor da abertura de sociedade entre amigos, diz a consultora Sandra Fiorentini, do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo). A semente para um futuro negócio pode brotar já na universidade. "O ambiente escolar cria uma grande afinidade e um relacionamento muito intenso entre os jovens. Isso propicia situações ideais para a abertura de um negócio", afirma Lívio Giosa, administrador de empresas e presidente do Cenam (Centro Nacional de Modernização, entidade que estimula boas práticas empresariais). ALBERGUE Os irmãos Alan, 31, e Ralph Nicolichi, 27, uniram-se em 2010 aos amigos Rogério Brandi, 29, e Daniel Huss, 30, para criar o albergue Gol Backpackers. Hoje, são duas unidades, em São Paulo e em Manaus. A motivação veio do desejo em comum de ter um negócio fora do convencional e que os tirasse da rotina. "Ralph e Rogério são geólogos e cursaram faculdade juntos, Daniel trabalha com administração e eu sou professor de letras", afirma Alan. Todos ainda se dedicam às suas profissões e tocam a empresa como um projeto paralelo. "O negócio acabou fortalecendo nossa amizade", diz o professor. DESGASTE Mas nem tudo são flores nessa relação. Quando os objetivos já não são os mesmos e o relacionamento começa a se desgastar, a melhor saída pode ser encerrar a parceria, segundo especialistas. O administrador de empresas Irandy Marcos da Cruz, 36, vivenciou o problema em 2007. Ele tornou-se sócio de um amigo que conheceu durante o mestrado, mas, quando os negócios começaram a se expandir, os problemas surgiram. "Abrimos uma unidade na Espanha. Mas, enquanto eu desejava ter mais clientes em projetos de menor valor, ele preferia um número menor de trabalhos com maior valor agregado. A diferença de pensamento e a distância física, já que ele coordenava os trabalhos da empresa na Europa, afastavam-nos cada vez mais", afirma Cruz. Para evitar um desgaste maior na amizade, eles resolveram encerrar a parceria. "Hoje nos falamos mais. Sempre saímos juntos quando ele vem ao Brasil." Na antiga empresa, Cruz se tornou amigo da publicitária Priscilla Nunes, 32, que, por sua vez, trouxe a colega de escola e designer Elaine Isnoldo, 29, para trabalhar com eles. Hoje o trio toca a Kaptiva, empresa de tecnologia que desenvolve cursos on-line para empresas. "A experiência anterior me ensinou a forma de agir. Hoje, temos perfis complementares que beneficiam a divisão do trabalho, e a amizade nos faz identificar melhor os limites de cada um", afirma Cruz. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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