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Residências e comércio impulsionam consumo de energia

Segmentos compensam freio no consumo da indústria, que, segundo analistas, não é tão pronunciado como a queda na produção

DO RIO

A carga de energia elétrica consumida no país em julho caiu 0,8% ante junho, refletindo a atividade menor da indústria, mas cresceu 2,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados preliminares do ONS (Operador Nacional do Sistema). A entidade controla a transmissão de energia elétrica.

Primeiro índice a ser divulgado com informações sobre o comportamento da economia no mês passado, a carga de energia medida pelo ONS nas milhares de usinas do país revelou que, apesar do recuo da atividade industrial, o Brasil está superando neste ano o consumo de energia de 2011, quando a economia estava mais ativa.

A relação anual reflete melhor a realidade, pois a evolução mensal sofre distorção sazonal.

Segundo dados de junho da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), residências e comércio compensaram a queda do consumo industrial. O ONS não divulga o consumo por segmentos.

Mesmo sem os dados abertos, os números do operador indicam que o cenário não parece tão ruim como mostrou a PIM (Pesquisa Industrial Mensal) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em junho, quando apontou queda de 5,5% na produção industrial em relação a junho do ano passado.

A região Sudeste/Centro-Oeste, onde se encontram 60% das indústrias do país, registrou alta de 1,4% no consumo de energia na comparação com julho de 2011.

"Os dados de consumo tanto da EPE como do ONS apontam para uma desaceleração mais suave do que os dados divulgados pela PIM. Isso pode indicar que, depois de queimar estoques, a indústria voltou a produzir um pouco mais no mês passado", avaliou Roberto Brandão, pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ele observou que o peso de algumas indústrias é menor do que o de outras, o que poderia explicar o descolamento de um indicador para outro. "Se as indústrias eletrointensivas não param, ou têm recuo menor, o consumo de energia elétrica sente menos", explicou.

(DENISE LUNA)

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