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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Carnes sobem no mercado paulista e aliviam aumento de custos no setor

Após um período de fortes baixas, o mercado de carnes começa a se recuperar.

Essa retomada diminui os prejuízos do setor, que enfrenta elevados custos devido à alta nos preços internacionais e nacionais do farelo de soja e do milho, importantes na composição da ração.

O frango vivo foi negociado ontem a R$ 2,20 por quilo nas granjas paulistas, o maior valor desde dezembro de 2011, conforme pesquisa da Folha.

Ao registrar esse valor, o produto supera os valores nominais praticados há um ano, de R$ 2,10 por quilo.

A alta se deve à conjugação de uma oferta menor nas últimas semanas e ao final de férias, período em que há um aumento de consumo, segundo um analista de mercado.

A arroba de suíno também volta a ganhar fôlego. Após ter caído para R$ 36 no início do mês passado, a arroba do animal foi negociada a valores médios de R$ 61,60 ontem no mercado paulista, alta de 15% em um ano.

A arroba de boi gordo segue com preços firmes no mercado físico e está em

R$ 92 no noroeste do Estado de São Paulo, segundo acompanhamento da Informa Economics/FNP.

A manutenção dos preços se deve à oferta menor de animais, o que força parte dos frigoríficos, principalmente os menores, a pagar mais pela arroba.

Além disso, a carne bovina sofre também os efeitos positivos da leve recuperação do consumo de proteínas.

Nos patamares atuais, no entanto, o valor da arroba bovina fica 10% inferior ao praticado pelo mercado no mesmo período do ano passado.

As exportações deste início de mês também ajudam a segurar os preços. As vendas de carnes ao exterior subiram 6% no início de agosto, em comparação com o mesmo período do mês passado.

Teconologia O Brasil deverá ter uma presença maior no setor avícola nos países da América Latina e da África. Após ter conseguido reconhecimento mundial nesse setor, o país quer mostrar seus produtos e levar a tecnologia adquirida para esses mercados.

Presença brasileira Essa será a meta de Edir Nepomuceno da Silva, que assumiu ontem a presidência da WPSA (organização mundial do setor) durante o Congresso Mundial do Frango, em Salvador.

Fator milho Brasileiros e norte-americanos estão convencidos de que a quebra de safra de milho no Sul do Brasil e nos Estados Unidos vai forçar uma redução no alojamento de pintos de corte e, por consequência, uma menor produção de carne avícola.

Eficiência Aidan Connolly, da multinacional de nutrição animal Alltech, disse em Salvador que é preciso buscar mais eficiência na produção de alimentos. Ele cita o grande volume de milho, um dos principais ingredientes da ração animal, que disputa mercado com a produção de etanol.

Preço é firme na Bolsa de Chicago, mas cai em NY

Os produtores agrícolas vivem dois cenários completamente diferentes, dependendo do que produzem.

Para os que têm seus produtos comercializados no mercado nova-iorquino, como o açúcar e o suco de laranja, as coisas não vão bem. As quedas de preços superam 30% nos últimos 12 meses.

Já os que têm seus produtos negociados na Bolsa de Chicago, como a soja e o milho, conseguem preços com alta de até 53% no período.

Os brasileiros estão envolvidos nos dois mercados. Os produtos comercializados em Nova York caem porque são influenciados pelo aumento de oferta e pela crise econômica, que reduz o consumo.

Já as negociações de Chicago, principalmente as de grãos, têm impacto das quebras de produção em várias partes do mundo. Os preços devem continuar aquecidos devido aos baixos estoques.

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