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Setor de máquinas terá mercado de usados, diz Abimaq

Medida do BNDES permitirá a venda de equipamentos antigos para comprar novos

PEDRO SOARES
DO RIO
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

As novas medidas anunciadas pelo BNDES para financiar a compra de bens de capital usados (máquinas, ferramentas, tratores, aeronaves) vão incentivar a criação de um mercado paralelo, a exemplo do que ocorre com automóveis.

A previsão é da Abimaq, associação da indústria de máquinas, que está otimista com essa possibilidade.

Com a possibilidade de fazer empréstimos para comprar equipamentos usados e a taxa de 2,5% para máquinas novas, mais a permissão de abater de uma vez a depreciação das compradas neste ano, fecha-se um ciclo virtuoso, avalia José Veloso, vice-presidente da associação.

"Sem capital para bancar uma máquina nova, o pequeno empresário poderá optar pela usada. Quem vendeu a usada poderá adquirir uma nova. A nova linha incentivará os dois mercados."

Cesar Prata, dono da Asvac Bombas, que fornece máquinas para indústrias de vários setores e para navios e plataformas da Petrobras, acredita que as linhas do BNDES, associadas à redução da Selic e outras medidas macroeconômicas, vão estimular os negócios. "O setores de petrólio, mineração e siderurgia foram os que mais retardaram a aquisição de equipamentos, entre nossos clientes."

Foi após a queda de 25% nos financiamentos feitos pelo BNDES para máquinas (de janeiro a maio) que o governo decidiu agir e incentivar novos investimentos.

No caso dos caminhões, a queda de empréstimos chegou a 63%. Os juros para essa linha também foram reduzidos de 5,5% ao ano para 2,5%. A diferença será bancada pelo Tesouro, que "equaliza" as taxas -ou seja, arca com o valor que o BNDES perde com os juros menores.

Para Mauro Saltini, vice-presidente da Anfavea, a medida é favorável e deve resultar num aumento das vendas de caminhão. O corte dos juros, diz, "praticamente anula" o aumento dos veículos.

Saltini afirma que o setor já começa a esboçar uma reação, após sentir os efeitos dos preços mais altos, da crise externa e da freada da economia doméstica.

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