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"FT" será impresso no Brasil em outubro

Jornal financeiro britânico aposta no papel, com gráfica em São Paulo e distribuição também para Rio e Brasília

Apesar da freada, tendência do Brasil é de crescimento e de globalização, afirma diretor da publicação

Divulgação
Teste de impressão produzido na gráfica de São Paulo na última quarta-feira, a partir de uma edição da versão norte-americana que circulou em julho
Teste de impressão produzido na gráfica de São Paulo na última quarta-feira, a partir de uma edição da versão norte-americana que circulou em julho

NELSON DE SÁ
DE SÃO PAULO

Publicado regionalmente em EUA, Europa, Ásia e Oriente Médio, o jornal britânico "Financial Times" passa a ser impresso no Brasil no próximo dia 3, em inglês.

Rodado em São Paulo, vai testar um novo sistema digital, "combinando imprensa e o futuro", na descrição de um porta-voz do jornal. Será distribuído pela manhã na cidade e no mesmo dia no Rio de Janeiro e em Brasília.

O "FT" vem ampliando o quadro de jornalistas voltados ao país nos últimos dois anos, para suprir a maior demanda por noticiário, cadernos especiais sobre economia brasileira e a publicação quinzenal "premium" "Brazil Confidential", lançada em 2011 com assinatura à parte.

Mas eram todos produtos "para investidores e empresários de fora do Brasil, atentos a esse forte mercado", diz Andrew Sollinger, diretor executivo de operações comerciais do "FT".

"Agora, com essa impressão e com o futuro lançamento de uma homepage e de um aplicativo para a América Latina, forneceremos cobertura para o mercado brasileiro sobre o resto do mundo."

A primeira edição, seguindo a versão americana, será apresentada pelo presidente do "FT", John Ridding, em seminário no dia 3, na Bovespa, com a presença dos presidentes da Bolsa, Edemir Pinto, e dos bancos BTG Pactual, André Esteves, e Itaú BBA, Jean-Marc Etlin.

MÍDIA IMPRESSA

Sollinger diz não esperar "assinantes em massa", mas que o jornal atraia empresários que operam globalmente. É um público cujas proporções só serão descobertas com a implantação, diz.

"Nossa expectativa, pelo que é impresso nos EUA e enviado, e pelo crescimento nos registros e assinaturas digitais, é de grande demanda."

O projeto testa uma nova tecnologia para jornais. "Ela poderá se tornar o futuro da mídia impressa, se formos capazes de fazê-la funcionar."

Desenvolvido pela HP, o novo sistema digital seria a saída para imprimir "globalmente, em lugares distantes e em pequena quantidade", crucial para uma publicação que se pretende "fonte global de informação".

Questionado sobre a eventual entrada do "New York Times" no Brasil, com um site em português (leia texto nesta pág.), o executivo diz não ver o jornal americano como concorrente. Lembra que o "FT" ajudou o "NYT" a criar seu "paywall" (muro de pagamento) poroso em 2011, baseado em sua experiência anterior, um modelo que completa agora cinco anos.

"Na verdade, é uma confirmação da oportunidade que o Brasil apresenta, não importando o que acontece com as mudanças econômicas."

"Fala-se muito sobre desaceleração do crescimento do Brasil, mas isso acontece ao redor do mundo. Sabemos que a tendência de longo prazo no Brasil é de crescimento e é de globalização, ambas importantes para o 'FT' e para o 'NYT'", afirma.

A busca do "FT" por publicidade brasileira já começou. Sollinger relata que apresentou o projeto ao Grupo de Mídia de São Paulo, na semana passada, em Nova York.

Diz que tem apoio local, mas o jornal deve "representar a si mesmo", por ter uma marca forte e mirar um grupo definido de empresas globalizadas, embora esteja "aberto à discussão".

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