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Análise

Setor manteve expansão na crise e pode crescer mais

RICARDO FRANCO TEIXEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A análise da taxa de crescimento do setor de serviços é alentadora, superando com folga a do PIB.

Mesmo no biênio 2008/2009, anos em que a economia mundial experimentou momentos dramáticos, o setor de serviços manteve uma taxa de crescimento que superou os índices inflacionários e de crescimento da economia nacional, o que faz com que esse setor mereça atenção especial.

Os dados indicam que a região Nordeste -e dentro dela o Piauí, seguido pelo Maranhão- teve taxa de crescimento bem acima da média nacional.

Isso pode ser explicado pelo impacto da redução do índice de desemprego e pelo aumento da renda decorrente do crescimento da economia e de programas sociais.

Por serem as unidades nordestinas com as menores rendas per capita, qualquer variação nesse quesito tem reflexos impactantes.

No cenário nacional, a Pas 2010 indica que um pequeno percentual de empresas concentra parcela preponderante da receita total, do valor adicionado, da geração de empregos e da massa salarial.

Geograficamente, essa concentração, do ponto de vista percentual, privilegia a região Sudeste e pode ser explicada por ser essa a região mais rica do país, com o maior contingente populacional dispondo de bom poder aquisitivo e sede de um expressivo número de empresas industriais e comerciais.

Considerando-se o faturamento das empresas, constata-se que transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o segmento responsável pela maior parcela da receita gerada.

Esse setor é sempre destaque, dada a extensão territorial brasileira, que gera demanda por deslocamento de cargas e de passageiros.

Com a redução do índice de desemprego e o aumento da renda, individual e familiar, algumas atividades experimentaram taxas de crescimento muito expressivas, bem superiores à do setor de serviços como um todo.

Entre elas estão serviços de manutenção e reparação e serviços às famílias.

No tocante aos serviços de manutenção e reparação, merece destaque a manutenção de veículos automotores, cuja indústria experimenta crescimento expressivo há algum tempo, fruto da política de incentivos do governo federal.

O consumo das famílias tem sido um dos pilares do crescimento econômico. Qualquer aumento de renda, por mais tímido que possa parecer, pode ser facilmente canalizado para a aquisição de serviços antes inacessíveis.

As refeições fora de casa, por exemplo, experimentaram forte crescimento de demanda no período analisado. E oferecem boas perspectivas, visto que podem se tornar cotidianas.

Condições existem para que o setor de serviços continue crescendo e ajudando a reduzir as desigualdades regionais.

RICARDO FRANCO TEIXEIRA é professor e coordenador acadêmico de cursos do programa FGV Management, da Fundação Getulio Vargas.

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