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Contas do setor público superam os R$ 10 milhões

DE SÃO PAULO

A abertura de licitações na área de comunicação em governos, ministérios e autarquias criou um mercado milionário que está sendo disputado palmo a palmo. Muitas contas ultrapassam os R$ 10 milhões anuais.

A grande reviravolta do segmento ocorreu em 2006, quando as licitações foram regularizadas. Antes, elas entravam em licitações de maior porte disputadas por agências de publicidade que terceirizavam o serviço de comunicação corporativa, e cobravam comissões que chegavam a 30% do faturado.

A FSB atende uma conta do Ministério da Saúde orçada em R$ 15 milhões anuais e tem em sua carteira de clientes o laboratório Glaxo.

Além do Banco Central, a CDN atende Itaú e Santander.

A FSB atende também o Ministério do Esporte e a Fifa. Para o órgão público, prestando assessoria de comunicação; para a entidade futebolística, fazendo monitoramento e análise de cenários políticos, como a tramitação da lei geral da Copa.

Nesta configuração há um potencial conflito de interesses. O profissional de comunicação inevitavelmente acaba tendo acesso a informações privilegiadas.

Nesses pacotes, além do atendimento à imprensa também pode estar incluído o treinamento de ministros para entrevistas.

Como não há regulamentação específica, o que acaba predominando é o código de ética das próprias agências, que consiste basicamente no sigilo (equipes trabalhando separadamente), e na transparência com os clientes.

"Até concordo que alguém de má-fé poderia se aproveitar de situações como essas", afirma Francisco Soares Brandão, da FSB. "Mas as equipes não se comunicam, e os clientes sabem disso."

A conta do Ministério da Saúde envolve uma equipe de 40 funcionários alocada dentro do próprio ministério. De acordo com Marcos Trindade, sócio-diretor da FSB, a agência hoje tem um lugar à mesa nas reuniões envolvendo todas as secretarias.

"Em momentos-chave, podemos fazer a interlocução com médicos, hospitais e quem mais for preciso."

Trindade diz que, ao terceirizar o serviço, o governo ganha em gestão e agilidade. "Isso é ótimo pois coloca os órgãos públicos em pé de igualdade com os veículos de imprensa. Não adianta ter uma mídia preparada e o lado de cá não", acrescenta.

Leia sobre as normas do setor nos Estados Unidos e no Reino Unido

folha.com/no1161125

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