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Com Alpargatas, Osklen mira o exterior

Grife da área têxtil vendeu 30% das suas ações para a dona das Havaianas e planeja atuar em cosméticos e óculos

A empresa foi avaliada em 13 vezes o valor do Ebitda, patamar considerado alto para o setor varejista

Gabo Morales - 14.jun.12/Folhapress
Modelo desfila criação da Osklen na edição verão 2012-2013 da São Paulo FashionWeek
Modelo desfila criação da Osklen na edição verão 2012-2013 da São Paulo FashionWeek

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Depois de negociar com grandes conglomerados de luxo do mundo, a Osklen selou a venda de 30% das ações para a Alpargatas -com a possibilidade de vender mais 30% daqui a 17 meses.

A empresa foi avaliada em 13 vezes o valor do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), múltiplo tido como alto para o setor varejista.

A operação marca a entrada da empresa calçadista do grupo Camargo Corrêa no mundo da moda têxtil.

"Já tínhamos moda com as Havaianas, mas com a Osklen vamos erguer um negócio dentro da empresa", disse o diretor-presidente da Alpargatas, Márcio Utsch. "Queremos virar referência em gestão de marcas no mundo."

O valor total do negócio não foi divulgado. O casal Oskar e Nazaré Metsavah, fundadores da Osklen, receberão uma primeira parcela de R$ 67,5 milhões. O resto será pago 12 meses depois.

Metsavah diz que escolheu a Alpargatas pela possibilidade de poder liderar um projeto de um grupo de moda global. "É um luxo, como designer, poder escolher. Mas na PPR [dona da Gucci] eu ia ser mais uma dentre tantas marcas", disse ele.

"Quero permanecer no projeto. Com a Alpargatas, vou poder acelerar esse crescimento", afirmou.

Além de planos de expansão no Brasil e no exterior, com lojas próprias ou multimarcas, a Osklen pretende entrar em segmentos como óculos e cosméticos.

A Osklen faturou R$ 222 milhões no ano passado e conta com 66 lojas no Brasil e cinco no exterior. A grife desfilou pela primeira vez em Nova York há duas semanas.

Utsch ressaltou que não vai haver nenhuma associação comercial entre Havaianas e Osklen. "As duas marcas são irmãs, frequentam as mesmas festas, mas têm identidades distintas."

Com essa aquisição, o setor têxtil brasileiro ganhará uma voz dissidente. O presidente da Alpargatas é um ferrenho defensor do fim do protecionismo no setor calçadista. "Como cidadão, acredito que o protecionismo é nefasto para o consumidor, qualquer que seja o setor. Protegeu, o preço subiu."

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