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Boom do turismo supera o crescimento da economia

PIB do setor cresceu 32,4% entre 2003 e 2009, ante 24,6% de expansão geral e 29,1% de alta na área de serviços

DO RIO

Antes mesmo da movimentação provocada pelos preparativos para grandes eventos como a Copa-2014 e a Olimpíada-2016, setores ligados ao turismo já cresciam a um ritmo mais forte do que o da economia brasileira.

Esse movimento é apontado como reflexo da ascensão da "nova" classe média e do maior dinamismo do setor de serviços.

De 2003 a 2009, o PIB de segmentos como alimentação, alojamento, transportes aéreo e rodoviário e atividades de recreação registrou um incremento de 32,4%.

O percentual superou a expansão econômica do período (24,6%) e o crescimento do setor de serviços (29,1%), no qual esses ramos se inserem. Os dados são de pesquisa do IBGE de 2009, divulgada ontem.

Segundo Ricardo Morais, técnico do IBGE, parte das atividades atende não só turistas (o caso mais expressivo é o de restaurantes e afins), ainda que exista uma "tendência clara" de crescimento de atividades de lazer e viagens, atrelada ao crescimento do próprio setor de serviços.

Em períodos de avanço do rendimento, dizem especialistas, o dinheiro extra no orçamento é usado não só para comprar bens mais caros, mas também para consumir serviços antes inacessíveis

-pacotes de viagens, hotéis, bares mais sofisticados, peças de teatro e outros.

"O crescimento da renda nos últimos anos fez essa 'nova classe média' incorporar o lazer e o turismo na sua cesta de consumo", afirma Alexandre Sampaio, presidente da Câmara de Turismo da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

PESO NA ECONOMIA

Apesar do crescimento mais intenso, o turismo ganhou pouco peso na estrutura econômica do país: passou de 3,6% para 3,7%.

Segundo Moraes, a trajetória de quase estabilidade indica que os preços finais ao consumidor e os dos insumos utilizados por prestadores de serviços vinculados ao turismo subiram menos do que a média.

Tal evolução, diz, "anulou" o crescimento mais acelerado da quantidade de viagens, diárias de hotel e outros serviços produzidos por atividades ligadas ao turismo.

Sampaio afirma, porém, que os grandes eventos já resultam em investimentos (diferentemente do ocorrido em 2009, ano da pesquisa).

Esses investimento, segundo ele, estão focados em hotéis, aeroportos e transporte principalmente -o que deve ampliar o peso do setor de turismo na economia.

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