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Queda da taxa de juros não está ajudando indústria, diz Pastore

DE SÃO PAULO

Incentivos dados pelo governo desde o ano passado, como a redução da taxa básica de juros, ainda não foram antídoto para o entorpecimento da indústria.

Economistas vêm estudando possíveis motivos da perda de competitividade do setor, que mesmo com o dólar mais alto e os juros mais baixos, demora a se recuperar.

"É frustrante que a queda dos juros reais [descontada a inflação] não libertou o 'animal spirit' (espírito animal, em inglês), mantendo contida a taxa de investimento", afirma o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, em artigo na revista "Interesse Nacional". Ele faz referência à expressão do economista John Maynard Keynes, empregada pelo governo para justificar o estímulo à atividade para enfrentar a crise externa.

Na sua avaliação, a queda dos juros está ajudando a impulsionar o consumo e o setor de serviços, que passou a concorrer por trabalhadores com a indústria, pressionando os salários. Por esse efeito, elevou os custos de produção da indústria, que não os repassa para o preço com a concorrência de importados.

Numa previsão, Pastore diz que a estratégia de baixar juros chegou ao limite, sob risco de afetar a inflação, e "não terá muito sucesso em estimular a produção da indústria, mas colherá uma elevação maior do consumo e queda ainda maior da taxa de desemprego".

Na sua avaliação, a saída é incentivar os investimentos privados em infraestrutura e fazer uma reforma tributária que implique redução de impostos, o que significa cortar gastos de custeio do governo.

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