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Concorrência se acirra contra japonesas

Chineses e sul-coreanos se destacam na disputa do mercado brasileiro com as tradicionais Honda e Toyota

Terremoto, tsunami e enchentes prejudicam chegada de peças para montadoras do Japão instaladas no Brasil

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

Concorrentes asiáticas, principalmente da China e da Coreia do Sul, ameaçam a participação das duas maiores montadoras japonesas -Honda e Toyota- no mercado brasileiro.
A falta de novos modelos compactos, populares e de preços mais acessíveis é o motivo para isso, de acordo com especialistas.
Esse cenário foi acentuado pelos problemas de produção no Japão desde o terremoto e o tsunami no primeiro semestre do ano.
Honda e Toyota têm apenas compactos e sedãs, médios e grandes, e SUVs (Sport Utility Vehicles, carros maiores). Neste mês, inundações na Tailândia interromperam o fornecimento de peças, prejudicando também a montagem no Brasil.
No ranking de vendas da Fenabrave, a federação dos distribuidores de veículos, a Toyota perdeu duas posições desde o ano passado. A situação também não favorece a Honda.
"Tudo isso [os eventos relacionados a fenômenos naturais] afetou o desempenho das montadoras japonesas e favoreceu a agressividade das outras empresas, tanto as locais como as coreanas e as chinesas", afirma o professor e consultor da MSX International, Arnaldo Brazil.
De acordo com o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, "não (se) pode deixar um carro dez anos com o mesmo modelo", diz. "A obrigação da indústria é se atualizar."
As duas montadoras têm planos para evitar perder uma participação maior de mercado.
Para Brazil, porém, além de inovação, as empresas precisam mudar a própria "ideologia empresarial".
"Acredito que a Toyota possa se recuperar ao lançar o novo produto previsto para 2012. Mas a Honda deve perder mercado se não entrar na guerra do preço praticado atualmente pelos concorrentes", disse.

RANKING
No ranking anual de vendas da Fenabrave, a sexta colocação, mantida pela Honda, é perseguida por três montadoras: as francesas Peugeot e Citroën, e a sul-coreana Hyundai.
A disputa ficou ainda mais acirrada no mês passado. Todas as três marcas venderam mais que a japonesa.
A Toyota, que até o ano passado mantinha a nona posição no ranking brasileiro, perdeu espaço para duas coreanas -Hyundai e Kia- e é seguida de perto por outra montadora japonesa que vem se expandindo no Brasil mais recentemente, a Nissan.
Em entrevista à Folha no mês passado, o presidente mundial da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, demonstrou preocupação com o avanço das montadoras coreanas e chinesas no mercado.
De acordo com ele, a produção coreana "lembra" a japonesa, ao se basear na tecnologia e na qualidade dos automóveis.
De olho no consumo em ascensão, a Nissan lançou neste ano no Brasil o compacto popular March a partir de R$ 27,7 mil. "Competir hoje é mais difícil com o carro coreano. Amanhã, será o chinês, que hoje está em desenvolvimento", disse o executivo.

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