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Nota maior do país beneficia empresas

Agência de classificação de risco eleva 'rating' de estatais e de bancos estrangeiros no Brasil, que terão juros menores

Títulos de dívida de empresas brasileiras viram alternativa de diversificação geográfica para fundos

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A melhora na avaliação do risco brasileiro deve premiar com juros menores, a partir de 2012, as empresas de primeira linha que conseguem se financiar no exterior.

Na esteira do "upgrade" brasileiro, feito anteontem pela agência Standard & Poor's, também tiveram suas notas elevadas as estatais Petrobras, Eletrobras, BNDES, Banco do Nordeste e Banco do Brasil, por estarem diretamente relacionadas ao risco de crédito do governo.

Também tiveram "upgrade" as filiais dos bancos Santander, HSBC e Citibank, que, apesar de controlados por instituições de risco baixo, têm a avaliação do Brasil limitando seu "rating" (nota).

Para Paulo Cesar Souza, diretor do Société Générale, as emissões de dívida das empresas brasileiras já vinham se destacando com taxas baixas nas últimas semanas, adiantando o quadro referendado pelo "upgrade".

Na semana passada, o Banco do Brasil captou US$ 550 milhões em cinco anos com taxa inédita de 4% anuais.

O Tesouro Nacional conseguiu vender US$ 1,1 bilhão em títulos com vencimento em 2041 com juros de 4,694%.

Na Europa, a energética italiana Enel fez uma captação de € 2,25 bilhões com juros de 4,625% em quatro anos e de 5,75% para sete anos.

Para o investidor que está exposto à Europa, comprar títulos de empresas brasileiras é uma oportunidade de diversificação geográfica e de risco de crédito. Por isso, as taxas têm recuado.

"O impacto do 'upgrade' é mais psicológico do que efetivo. Ajuda no processo de venda e no preço, mas o mercado acabou incorporando isso antes", disse Souza.

"As taxas competitivas refletem a situação do Brasil, que foi menos afetado pela crise", disse Alberto Kiraly, da Anbima (associação das entidades do mercado).

"A diferença é que o Brasil tem crescimento. Quem compra título quer um papel que possa ir bem ao longo do tempo. É mais fácil com Brasil", disse Ivan Monteiro, do BB.

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