São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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BB desbanca Bradesco e leva Banco Postal

Instituição paga R$ 2,30 bi para poder operar agências em parceria com os Correios a partir de janeiro de 2012

Governo usará parceria para ampliar os serviços bancários no interior do país; oferta do Bradesco foi de R$ 2,25 bilhões

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

Em leilão que surpreendeu o mercado e até a presidente Dilma Rousseff, o Banco do Brasil desbancou o Bradesco e ganhou o direito de operar o Banco Postal, em parceria com os Correios.
O lance do Banco do Brasil foi de R$ 2,30 bilhões, valor muito superior aos R$ 200 milhões de quando o Bradesco ganhou o direito de ofertar serviços bancários nas agências dos Correios, em 2002.
Desde então, o Bradesco foi o único operador do Banco Postal. Teve 11 milhões de contas abertas nas unidades dos Correios, e um faturamento que em 2010 chegou a R$ 820 milhões.
Por ser um negócio atrativo, todos esperavam que o Bradesco iria cobrir qualquer oferta para manter o negócio.
O banco, aliás, concordou em tirar Roger Agnelli da presidência da Vale, em busca de apoio do governo em questões estratégicas como o Banco Postal.
Bradesco, governo federal e fundos de pensão são os maiores acionistas da Vale.
O Bradesco não quis se pronunciar sobre o resultado do leilão. O diretor de cartões do Banco do Brasil, Denilson Molina, limitou-se a afirmar que "estamos bastante satisfeitos com o resultado".
O Banco do Brasil começará a trabalhar com o Banco Postal em 2 de janeiro do próximo ano. Ofertará serviços bancários básicos, como abertura de conta-corrente, saque e pagamento de benefícios do INSS.

BAIXA RENDA
O governo quer aproveitar a parceria dos Correios com um banco público para dar capilaridade aos serviços bancários no interior do país, ampliar sua atuação na baixa renda e alavancar projetos sociais, informou ontem o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
"O Banco Postal poderá criar mecanismos novos para atrair a baixa renda, como microcrédito, cartão", disse Bernardo, depois do leilão.
O Banco Postal já tem perfil de baixa renda: 80% dos correntistas recebem até um salário mínimo por mês.
Até 2 de janeiro, o Banco do Brasil deverá pagar aos Correios, além dos R$ 2,3 bilhões, R$ 500 milhões referentes ao valor estimado das agências do Banco Postal.
Ao longo dos cinco anos de contrato, os Correios deverão receber pelo menos R$ 350 milhões pela participação nas tarifas cobradas.
Com esse dinheiro, o governo espera que os Correios invistam em melhorias nas agências, nos serviços, na informatização da instituição e na contratação de mais funcionários.
O leilão de ontem aconteceu em 12 rodadas, com Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Caixa Econômica no páreo.
Em seu último lance o Bradesco, segundo colocado, ofereceu R$ 2,25 bilhões.
O edital publicado pelo governo determina uma tabela de tarifas, entre elas R$ 28,08 para abertura de conta-corrente e poupança, R$ 1,40 para saque em conta-corrente e poupança, R$ 0,97 para consulta de saldo e R$ 1,44 para pagamento de benefícios do INSS.


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