DIMITRI DO VALLE
DE CURITIBA

Uma ação que une o médico de família a métodos indianos para alavancar empreendimentos implantou, em pouco mais de um ano, projetos de melhoria em mais de 3.400 micro e pequenas empresas de 11 Estados.
As empresas são visitadas por "agentes locais de inovação", universitários recém-formados que receberam treinamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para identificar os gargalos que travam o crescimento.
Os agentes (260, recebendo salário médio de R$ 2.000) são remunerados por fundações de incentivo à pesquisa mantidas pelos governos estaduais em convênio com o Sebrae.
Orientam desde a exposição correta de um produto na vitrine até o caminho que uma pequena empresa de software deve fazer para certificar seu produto por gigantes da informática como a Apple e Microsoft.
A "alma do projeto", diz o diretor técnico nacional do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, "é colocar o agente de inovação dentro da empresa". A função do agente é fazer um diagnóstico e propor um plano de ação em conjunto com o empresário que adotou o programa.
O empresário só custeia a inovação que decidiu implantar. "É uma forma de atendimento presencial. Por isso é baseado no médico da família", diz Santos.
Dono de uma olaria em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, Nilson Luiz Tortato faz economia anual de R$ 72 mil na produção de um tipo de tijolo. Ele afirma que reduziu o uso de matéria-prima em 20% sem comprometer a qualidade do produto.
Na olaria, sob orientação dos agentes, foi montado um minilaboratório, com balança de precisão e reagentes químicos, para avaliar ou prever a qualidade do produto que sai dos fornos.
O projeto piloto dos agentes locais de inovação foi lançado no Paraná e no Distrito Federal no primeiro semestre de 2009. Até o final deste ano, irá chegar a 22 Estados.
Foram implementadas ações em 3.416 das cerca de 12 mil empresas que conheceram o programa.


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