São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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Bolsa encerra semestre em queda de 11%

Ouro e renda fixa lideram investimentos dos seis primeiros meses do ano; dólar sobe 3,5%, e poupança, 3,23%

Analistas ainda veem tendência de baixa para a Bovespa, que encerra junho em queda de 3,35%

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

Os mercados financeiros viraram o semestre em tom negativo e sem melhores perspectivas para os próximos meses. A Bolsa ocupou a posição de pior aplicação do mês e do semestre, enquanto as aplicações de renda fixa superaram por pouco a inflação do período.
O pano de fundo não parece animador: embora o nervosismo inicial tenha amainado, ainda há apreensão pela crise na Europa; nos EUA, uma sequência de números frustrantes sobre empregos e imóveis jogou água fria nos mais otimistas sobre a recuperação do país.
Ontem esse roteiro foi reforçado pelas estimativas da consultoria ADP, que apontou a abertura de somente 13 mil vagas em junho.
Investidores acompanham com atenção esses números, de olho nos dados oficiais de emprego (um dos "pontos fracos" da retomada americana), previstos para amanhã.
Como a estimativa (parcial) dessa consultoria ficou abaixo das expectativas, investidores continuaram a não ver motivos para voltar às compras.
A Bolsa de Nova York caiu 0,98%; a Bovespa teve perda de 1,68%, enquanto na Europa as ações subiram apenas 0,05% em Londres e 0,2% em Paris e Frankfurt.
Já o dólar devolveu parte da forte alta de terça e recuou 0,38%, para R$ 1,804.

RANKING DE JUNHO
O contexto não foi favorável para a Bolsa de Valores, que teve um mês e um semestre difíceis, com perdas de 3,35% e 11,2%, respectivamente. De longe, foi a pior aplicação dos dois períodos e, para analistas, ainda há poucas chances de recuperação no curto prazo.
Na outra ponta, o ouro despontou novamente como melhor retorno de junho (3,47%) e nos seis meses (20,16%), confirmando seu caráter de refúgio em tempos adversos.
A moeda americana também acumula ganho no semestre (3,5%), mas encerrou em queda (0,9%), com a perspectiva de forte ingresso de recursos no curto prazo.
Entre as aplicações mais conservadoras, a renda fixa mostrou pouca folga neste mês sobre a inflação do período (0,85%, IGP-M), um dado negativo considerando as taxas e os impostos que incidem sobre os produtos do varejo bancário.
A taxa do CDB teve retorno de 0,78% no mês e de 4,45% no ano, enquanto o CDI (referência para boa parte dos fundos de renda fixa) oscilou 0,78% em junho e 4,29% nos seis meses. Já a poupança, aplicação mais popular do país, teve ganho de 0,55% no mês e de 3,23% em 2010.
"Ainda vejo uma Bolsa com tendência para baixo e um dólar para cima no curto prazo", afirma Milton Wagner, diretor da consultoria Wagner Investimentos. Para ele, a aversão ao risco continua alta no mercado global.


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