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Bolsa encerra semestre em queda de 11%
Ouro e renda fixa lideram investimentos dos seis primeiros meses do ano; dólar sobe 3,5%, e poupança, 3,23%
Analistas ainda veem
tendência de baixa
para a Bovespa,
que encerra junho
em queda de 3,35%
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO
Os mercados financeiros
viraram o semestre em tom
negativo e sem melhores
perspectivas para os próximos meses. A Bolsa ocupou a
posição de pior aplicação do
mês e do semestre, enquanto
as aplicações de renda fixa
superaram por pouco a inflação do período.
O pano de fundo não parece animador: embora o nervosismo inicial tenha amainado, ainda há apreensão
pela crise na Europa; nos
EUA, uma sequência de números frustrantes sobre empregos e imóveis jogou água
fria nos mais otimistas sobre
a recuperação do país.
Ontem esse roteiro foi reforçado pelas estimativas da
consultoria ADP, que apontou a abertura de somente 13
mil vagas em junho.
Investidores acompanham com atenção esses números, de olho nos dados oficiais de emprego (um dos
"pontos fracos" da retomada
americana), previstos para
amanhã.
Como a estimativa (parcial) dessa consultoria ficou
abaixo das expectativas, investidores continuaram a
não ver motivos para voltar
às compras.
A Bolsa de Nova York caiu
0,98%; a Bovespa teve perda
de 1,68%, enquanto na Europa as ações subiram apenas
0,05% em Londres e 0,2%
em Paris e Frankfurt.
Já o dólar devolveu parte
da forte alta de terça e recuou
0,38%, para R$ 1,804.
RANKING DE JUNHO
O contexto não foi favorável para a Bolsa de Valores,
que teve um mês e um semestre difíceis, com perdas de
3,35% e 11,2%, respectivamente. De longe, foi a pior
aplicação dos dois períodos
e, para analistas, ainda há
poucas chances de recuperação no curto prazo.
Na outra ponta, o ouro
despontou novamente como
melhor retorno de junho
(3,47%) e nos seis meses
(20,16%), confirmando seu
caráter de refúgio em tempos
adversos.
A moeda americana também acumula ganho no semestre (3,5%), mas encerrou
em queda (0,9%), com a
perspectiva de forte ingresso
de recursos no curto prazo.
Entre as aplicações mais
conservadoras, a renda fixa
mostrou pouca folga neste
mês sobre a inflação do período (0,85%, IGP-M), um dado negativo considerando as
taxas e os impostos que incidem sobre os produtos do varejo bancário.
A taxa do CDB teve retorno
de 0,78% no mês e de 4,45%
no ano, enquanto o CDI (referência para boa parte dos
fundos de renda fixa) oscilou
0,78% em junho e 4,29% nos
seis meses. Já a poupança,
aplicação mais popular do
país, teve ganho de 0,55% no
mês e de 3,23% em 2010.
"Ainda vejo uma Bolsa
com tendência para baixo e
um dólar para cima no curto
prazo", afirma Milton Wagner, diretor da consultoria
Wagner Investimentos. Para
ele, a aversão ao risco continua alta no mercado global.
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