|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Retirada a proposta que cria os Correios S.A.
Governo quer evitar tema da privatização
ANDREZA MATAIS
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
Depois de dois anos de discussão, o governo desistiu de
transformar os Correios em
sociedade anônima de capital fechado.
A medida provisória (MP)
era defendida como a solução para "salvar" a empresa,
que teve em 2009 seu pior lucro na era Lula e vive crise
com o atraso na entrega de
correspondências e a iminência de um apagão postal.
Em 2009, o então ministro
das Comunicações, Hélio
Costa, que enviou a proposta
de MP à Casa Civil, disse que,
"se nada fosse feito para modernizar os Correios, a empresa estaria fadada a ser
uma carga para o governo".
O Ministério das Comunicações pediu a minuta da MP
de volta no mês passado com
o argumento de que não daria tempo de implementar a
mudança neste governo.
A Folha apurou que o recuo, porém, teve como objetivo minar o discurso da oposição de que a MP possibilitaria a abertura do capital dos
Correios preparando a empresa para a privatização.
O ministro José Artur Filardi (Comunicações) admitiu
que pesou a questão política.
"Estavam dizendo que era
para privatizar, para abrir capital, decidi retirar."
Adversário da candidata
governista ao Palácio do Planalto, José Serra (PSDB) tem
reforçado essa acusação dizendo que, se eleito, vai "fazer dos Correios uma estatal
exemplar", numa provocação a Dilma Rousseff.
A minuta da MP foi encaminhada à Casa Civil após recomendação de um grupo de
trabalho instituído em 2008
para estudar medidas de modernização dos Correios.
A MP permitiria à estatal
ter uma frota aérea própria, o
que resolveria um dos principais gargalos, a distribuição
de correspondência.
"Só retiraram pela campanha. Se achavam uma boa
coisa, por que não seguiram
em frente?", disse o deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP).
Texto Anterior: MP permite uso do Fundo Soberano para a capitalização da Petrobras Próximo Texto: Brasil será testado na capitalização, diz minoritário estrangeiro Índice
|