São Paulo, sábado, 02 de abril de 2011

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Alvo do governo tem ligação com tucanos

Tito Martins deve ser confirmado como novo presidente da mineradora na próxima semana em assembleia de acionistas

Carla Grasso, que deve deixar posto por pressão do governo, é ex-mulher de tucano e atuou no governo FHC

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O governo não pediu somente a saída de Roger Agnelli do comando da Vale. A atual diretora de Recursos Humanos e Serviços Corporativos, Carla Grasso, também virou alvo de articulação do Planalto para que deixe a companhia.
A substituição dos dois executivos é dada como certa na Esplanada dos Ministérios. Segundo a Folha antecipou, Tito Martins, atual diretor-executivo de Metais Básicos da Vale e presidente da Vale Inco, no Canadá, substituirá Agnelli no cargo.
A assembleia de acionistas que decretará a nova "cara" da diretoria ocorrerá na próxima semana.
Na segunda-feira, segundo comunicado (fato relevante) distribuído pela Vale na noite de anteontem, haverá uma reunião prévia entre os acionistas para "homologar a contratação de empresa internacional de seleção de executivos" e "manifestar-se sobre a indicação do diretor-presidente" da mineradora.
A empresa ("headhunter") apresentará lista tríplice de executivos à mineradora.

BRAÇO DIREITO
Carla Grasso é tida como braço direito do atual presidente da mineradora. O desejo de seu desligamento foi comunicado ao Bradesco, um dos principais sócios por meio da Bradespar.
Grasso entrou na Vale como diretora de Pessoal, em 1997, logo após a privatização ocorrida naquele ano.
Em 2001, quando Agnelli assume o comando da companhia, ela passa a acumular poderes na diretoria de RH. Ex-mulher de Paulo Renato, ministro da Educação de Fernando Henrique Cardoso, foi secretária de Previdência Complementar na gestão do presidente tucano.
Procurada para comentar, a assessoria de imprensa da empresa não deu retorno.
Presidente durante quase todo o período de Agnelli no cargo, Luiz Inácio Lula da Silva acabou não se mexendo para derrubar executivos em descompasso com as expectativas do Planalto. Pensou em levar a mudança à cabo em 2009, em meio à crise global, mas desistiu.
À época, para evitar efeitos mais duros da desaceleração mundial sobre a economia brasileira, Lula pedira a empresários que evitassem demissões em massa. Agnelli, porém, anunciou o desligamento de 1.300 funcionários.
Começavam, então, os atritos entre o governo do PT e o comando da companhia.
Os diretores-executivos da Vale têm mandato até 21 de maio. A futura composição precisa ser aprovada pelos acionistas controladores com 75% do votos.


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