São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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OUTRO LADO

Minha empresa não sonega, diz suspeito

DE SALVADOR

Suspeito de liderar uma organização que sonegou R$ 1 bilhão em impostos, o empresário Paulo Sérgio Cavalcanti disse que a PF agiu como "roteirista de espetáculo" quando invadiu sua ilha na baía de Todos os Santos.
Ele chama de "invenção" as alegações do inquérito da Operação Alquimia, que o apontam como chefe de um esquema que usou 300 empresas -várias delas de fachada- para fraudar o fisco e lavar dinheiro.
"Foi um espetáculo com roteiro. Pegaram um helicóptero, desceram do helicóptero, filmaram a ilha e disseram [que era] a ilha do tesouro com o ouro lá dentro -o que é mentira. Fizeram um escarcéu danado", disse à Folha.
Cavalcanti diz que comprou a ilha legalmente em 1987 e registrou a propriedade em cartório em 1992 -dez anos antes do início do inquérito da PF sobre o caso. Os 2,5 kg de ouro apreendidos na operação estavam na casa da mãe do empresário.
"Não sou sonegador, minha empresa não é sonegadora. Pago meus impostos, paguei todos os meus impostos em todas as minhas relações comerciais, seja lá com quem for", afirmou.
A maior queixa do dono da Sasil é contra a prisão temporária dele e de pessoas da sua família. "Existem todas as instâncias do Judiciário para exaurir todas as possibilidades de defesa. Utilizar a prisão temporária como foi utilizado é uma brutalidade ao direito do cidadão", disse.
Uma das mágoas que o dono da Sasil não esconde foi a Alquimia ter ressuscitado o apelido de "Paulinho Metanol", dado pela imprensa baiana na década de 90 por causa de uma tragédia que matou 16 pessoas em Santo Amaro, no Recôncavo.
A Sasil vendeu embalagens plásticas de grande porte, que continham resquícios de metanol, produto altamente tóxico, a um comerciante de cachaça. Cavalcanti diz que a Justiça concluiu que a culpa não foi de sua empresa e ele nem respondeu processo.
"Quando chega agora, em vez de citarem que o empresário Paulo Cavalcanti é suspeito, dizem logo 'Paulinho Metanol'. É uma perversidade", afirmou. (GR)


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