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Custo de bateria emperra carro elétrico
No Brasil, são os veículos híbridos que estão mais perto dos consumidores, mas ainda com preços elevados
Salão do Automóvel
exibe 22 modelos com
menor consumo de
combustível e menor
emissão de gases
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Estrelas no Salão do Automóvel, os carros elétricos
ainda têm um obstáculo importante a vencer para tornar
viável sua produção: o alto
custo de suas baterias.
Todas as montadoras desenvolvem hoje projetos
(dentro e fora do país) e investem em carros com tecnologias menos agressivas ao
ambiente, como a do carro
100% elétrico e a dos híbridos, que combinam motor a
combustão (gasolina ou diesel) e elétrico.
São os chamados "carros
verdes", que, além de economizarem combustível, emitem entre 80% e 90% menos
poluentes do que os modelos
convencionais.
No Salão do Automóvel, 22
veículos híbridos e elétricos,
de um total de 450, estão em
exibição até o dia 7, no
Anhembi.
Na semana passada, a
Ford deu ao presidente Lula
o primeiro híbrido que venderá no país -ele será incorporado à frota da Presidência
e usado nos próximos quatro
anos por Dilma Rousseff.
COMPONENTES CAROS
Fabricadas principalmente na China, as baterias são o
componente mais caro dos
carros elétricos.
Chegam a atingir entre
50% e 70% do preço total do
veículo. Isso significa que, se
o carro custar R$ 50 mil, só a
bateria sairia por R$ 35 mil.
Incluído o Imposto de Importação (35%), o componente
fica ainda mais caro.
A tecnologia mais usada
atualmente nas baterias dos
veículos elétricos é a de íon
de lítio, de alto custo.
Celulares e computadores
são exemplos de aparelhos
que usam células de baterias
desse material. Por serem
produzidas em larga escala,
os preços foram reduzidos.
No Brasil, a Mitsubishi
anunciou que quer produzir
o MiEV, carro elétrico da
marca, a partir de 2013. A Fiat
também montou 50 unidades do Palio Weekend elétrico para testes, em parceria
com a suíça KWO e Itaipu.
Mas fabricantes e especialistas acreditam que a versão
nacional de um carro elétrico
economicamente viável só
será possível em dez anos.
A estimativa do setor automotivo é que entre 10% e
25% de todos os veículos que
serão vendidos no mundo
em 2020 sejam movidos à
eletricidade. Há previsões de
que, em 2050, serão 40% da
frota mundial.
Desses 22 modelos "ecologicamente corretos", 5 estão
mais perto dos consumidores
brasileiros.
O primeiro modelo híbrido
no país é o S400, importado
pela Mercedes-Benz e vendido no Brasil por aproximadamente R$ 450 mil (veja quadro ao lado).
"O problema de custo não
é só no Brasil. A tecnologia é
mais sofisticada e o carro é
mais caro nos EUA, no Japão
e na Europa. A escala de produção ainda é muito pequena. Os componentes são de
alto conteúdo tecnológico,
com pouco fornecedores",
afirma Rogelio Golfarb, diretor de Assuntos Corporativos
da Ford.
"Isso encarece os custos
para países até mesmo com
grandes volumes e poder de
compra alto. O Brasil tem
condições [de produzir], mas
ainda nem entrou nessa tecnologia", afirma.
A Ford deve lançar em 2011
a versão totalmente elétrica
do Ford Focus nos EUA, onde
vendeu 350 mil híbridos em
2009. No Brasil, deve investir
no híbrido, com potencial
para usar o etanol.
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