São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

commodities

No Paraná, 80% da soja é transgênica

Estimativa é de entidades do agronegócio, que apontam quadro semelhante para as lavouras de milho no Estado

Avanço nas pesquisas e fim da lei estadual que proibia o plantio de transgênicos explicam expansão, diz técnico

DIMITRI DO VALLE
DE CURITIBA

Estado identificado até a primeira metade desta década com a proibição aos transgênicos, o Paraná tem hoje em média 80% das lavouras de soja e milho cobertas pelas sementes geneticamente modificadas.
A informação é de entidades do agronegócio, como Faep (Federação da Agricultura do Estado) e Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).
Com a queda de uma lei estadual que proibia o plantio do grão transgênico -apontada como inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2003- e o desenvolvimento nas pesquisas, os produtores do Estado decidiram avançar na preferência por essas sementes.
Os especialistas da Faep classificam as sementes transgênicas como mais bem preparadas para resistir ao avanço de pragas por causa da aplicação de um único herbicida, o glifosato.
"As pesquisas mostram que a produtividade entre os grãos convencional e transgênico se equivalem, e os produtores decidiram optar pela nova variedade", afirma Maria Silvia Digiovani, engenheira agrônoma da Faep.
Para a federação da agricultura, o índice de cobertura de lavouras formadas com grãos transgênicos continuará avançando, mas não chegará próximo dos 100%.
Isso ocorre devido à existência de áreas no Paraná com plantio de grão convencional, cujo controle de infestação por pragas vem sendo mantido com bons resultados pelos produtores.
Países como a França, que adotam leis mais severas para restringir transgênicos, pagam em média R$ 2 a mais por saca de 60 quilos a produtores de soja que mantiverem a cultura convencional.
Já a China, principal importador dos grãos paranaenses, colaborou com a expansão, ao sinalizar maior aceitação dos transgênicos.
O gerente de negócios da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Londrina, Luiz Carlos Miranda, afirma que essa preferência vem aumentando por causa da crescente oferta de soja transgênica de ciclo curto ou precoce.
Esse tipo de soja pode ser vendida com até um mês de antecedência em relação à variedade de ciclo médio.
A variedade precoce abre espaço para o produtor cultivar, por exemplo, uma segunda safra de milho no ano após a colheita da soja.
"O grão precoce geneticamente modificado caiu nas graças dos produtores paranaenses porque abre possibilidades de alta rentabilidade", segundo Miranda.
Ele também preside a Apasem (reúne os produtores de sementes), que estima que 75% das lavouras de soja do Paraná sejam transgênicas.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Análise/Preços: Pagamento do 13º influencia mais o consumo de cortes bovinos mais baratos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.