São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Borracha deve atingir maior preço histórico neste mês

Segundo o setor, o quilo do produto deve chegar a R$ 9,29, ante os R$ 5,73 registrados no ano passado

NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

Com o crescimento na demanda, a borracha deve atingir o seu maior preço histórico no país neste mês, de acordo com cálculos do setor.
Em janeiro, o valor pago pelas indústrias às usinas beneficiadoras foi de R$ 7,57 por quilo de borracha seca e já tratada. Agora, o preço deve subir para R$ 9,29. No mesmo período do ano passado, o quilo valia R$ 5,73.
As importações ainda correspondem ao dobro da produção nacional. Só no ano passado, foram importadas 260,8 mil toneladas de borracha natural, ou US$ 790 milhões, diz o governo federal.
O Brasil só atende 30% da demanda. A indústria automobilística, que cresceu 14% em 2010, responde por 90% do uso. O restante vai para a indústria de "artefatos", como luvas e calçados.
Para suprir a demanda, os produtores de São Paulo planejam aumentar a área plantada de seringueiras nos próximos anos.
A região de São José do Rio Preto, conhecida como polo da borracha por unir plantações e o maior número de beneficiadoras, deve ganhar mais de 20 mil hectares em breve. Em 2009, a região tinha 45 mil hectares de área plantada da árvore.
"Mas mesmo assim não é suficiente para atender a demanda", diz o diretor da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha, Heiko Rossmann.
Produtores citam dificuldades de custeio e falta de divulgação da cultura da borracha como alguns dos motivos que impedem o desenvolvimento do setor.
"Muita gente nem sabe onde fica a produção de borracha. A maioria pensa que é na Amazônia", diz Rossmann. Segundo a associação, o Norte tem só 4% da produção. Bahia e Mato Grosso também são grandes produtores.

INCENTIVO
O governo esboça tentativas de atender a alta na demanda. Uma novidade é a ampliação de incentivos, como o Programa Agricultura de Baixo Carbono, com linha de crédito de R$ 2 bilhões e juros de 5,5% ao ano.
"Queremos mostrar que a borracha é um bom negócio", diz o chefe de culturas permanentes e florestas plantadas do Ministério da Agricultura, Gustavo Firmo.


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