São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011

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commodities

Máquina agrícola de fora representa 60%

Segundo associação brasileira de fabricantes, em 2004 os equipamentos importados representavam 40%

Durante abertura da Agrishow, em Ribeirão, entidade aponta a indústria chinesa como a grande preocupação

Silva Junior/ Folhapress
Máquinas agrícolas da John Deere em exibição ontem, primeiro dia da 18ª edição da feira agropecuária Agrishow, realizada em Ribeirão Preto

VENCESLAU BORLINA FILHO
ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

A indústria nacional criticou ontem a invasão estrangeira de máquinas e implementos agrícolas no país. Segundo a Abimaq (associação brasileira dos fabricantes), os equipamentos importados já são maioria no Brasil.
De acordo com o presidente da associação, Luiz Aubert Neto, apenas 40% das máquinas do país são produzidas aqui -ante 60% de 2004. "E, desses 40%, metade conta com componentes importados", disse, durante abertura da 18ª Agrishow, em Ribeirão Preto.
Para ele, a junção de alta taxa de juros, elevada carga tributária e desvalorização do dólar ante o real favorecem a situação. "É o famoso tripé do mal, que contribui para a concentração da desindustrialização no Brasil."
Uma das preocupações é com a indústria chinesa de máquinas e equipamentos agrícolas. Segundo o setor, é impossível concorrer com as empresas da China por conta dos baixos custos de produção que acabam influenciando no preço final do produto.
"O Brasil já foi colônia de Portugal e agora caminha para ser colônia da China. A gente só exporta matéria-prima, quando deveríamos comercializar produto de alto valor agregado. Isso pode acabar com a indústria nacional", disse Aubert Neto.
O presidente da Abimaq afirmou que várias reivindicações de salvaguarda de máquinas e equipamentos agrícolas brasileiros já foram feitas ao governo federal, mas que ainda não são solução para o caso. "O governo só fica nas promessas."

JOHN DEERE
Na contramão da China, a americana John Deere, que tem fábricas no Brasil, anunciou no fim do ano passado a quinta fábrica no país asiático. O investimento é de US$ 50 milhões na unidade de escavadeiras.
Será a segunda fábrica da empresa no setor na China, que vive forte expansão. Além disso, a John Deere tem uma fábrica de colheitadeiras e duas fábricas de trator. A unidade administrativa da empresa fica em Pequim.
"A China é um investimento estratégico por competir no mercado local e também propiciar ferramentas para competir com empresas chinesas fora da China", disse o presidente mundial da divisão de agricultura da empresa, Mark von Pentz.


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