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commodities
Energia cara pode levar à importação de metais
Custo do insumo volta a ser fonte de preocupação na indústria brasileira
Devido à falta de investimento, setor de alumínio afirma que o Brasil poderá ter de
importar matéria-prima
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
A indústria processadora
de metais não ferrosos (alumínio, zinco, níquel e cobre)
voltou a enfrentar o drama
do crescimento.
A forte expansão da demanda no primeiro quadrimestre deste ano indica não
apenas a robustez da recuperação econômica. A aceleração da demanda reacendeu
as preocupações com o custo
da energia para projetos de
expansão. A indústria dos
metais ruma para os limites
da capacidade de produção.
A consequência é o aumento súbito de importações, o que já começa a ocorrer. Mas, por si só, esse não é
o problema central.
O grande temor é o tipo de
importação. A previsão é que
o Brasil caminhe para a importação de produtos acabados e semiacabados. A avaliação é que existe um risco
real de desindustrialização.
"O ponto é o seguinte: ninguém vai importar o alumínio primário. Haverá importação dos perfis prontos, provavelmente da China", adverte Adjarma Azevedo, presidente do conselho diretor
da Abal (Associação Brasileira do Alumínio).
Alumínio
O fato é que a indústria do
alumínio consome muita
energia. Cada quilo de alumínio primário produzido exige
14,9 mil KWh de energia, o
equivalente ao consumo médio mensal de 90 casas.
A conta de luz do setor
equivale a pelo menos 40%
do custo de produção. Esse é
o cerne da questão.
Os novos projetos hidrelétricos no Brasil (Jirau, Santo
Antônio e Belo Monte) foram
viabilizados com oferta de
energia ao preço médio de
R$ 78 por MWh.
A indústria do alumínio
acha caro. "Precisaríamos de
uma oferta de energia ao preço de R$ 55 por MWh. Ou temos isso, ou o Brasil vai começar a importar alumínio
em escala a partir de 2012 ou
2013", afirma Azevedo.
A produção de alumínio
primário neste ano deve atingir 1,22 milhão de toneladas,
com crescimento de 21%, o
que recupera com sobras a
queda de 2009. Para os próximos anos, as estimativas do
setor indicam expansão de
pelo menos 7%. "Previsão
modesta", diz Azevedo.
Hoje, a capacidade total
para produção de alumínio
primário é de 1,6 milhão de
toneladas. Claro, poderia ser
bem maior.
O Brasil tem uma capacidade de extração de bauxita
(matéria-prima) de 41 milhões de toneladas por ano e
de produzir 13 milhões de toneladas de alumina (produto
intermediário ao alumínio).
Grandes produtores de
alumínio como Rio Tinto, Votorantim e Alcoa estudam expansões fora do Brasil por dificuldade em obter acesso a
energia com custo menor do
que o atual.
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