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Avanço de emergentes altera mapa da navegação global
Cresce transporte direto de navios da Ásia para a África e para a América Latina, e rotas tradicionais perdem espaço
DO "FINANCIAL TIMES"
A maior linha de transporte naval de contêineres do
planeta está atendendo a
mais regiões da África e da
América Latina com navios
navegando diretamente da
Ásia, à medida que a aceleração do crescimento das economias emergentes altera o
mapa tradicional da navegação mundial.
Eivind Kolding, presidente-executivo da dinamarquesa Maersk Line, disse que
muitos dos navios que encomendou para entrega até
2012 foram projetados para
atender à crescente demanda africana e latino-americana por bens industrializados,
entre outros.
O setor de transporte naval
de contêineres teve seu pior
ano em 2009. Houve recuperação significativa no primeiro semestre deste ano. No entanto, surgiram sinais de que
o ritmo de recuperação começou a se desacelerar.
"Na verdade, são o Ocidente e as velhas economias
que enfrentam questões de
crescimento", disse Kolding.
"Mas não o resto do mundo."
Ele afirmou que a disparidade no crescimento estava
levando a linha de navegação a "ajustar" sua rede. A
empresa vai introduzir, nas
rotas africanas e latino-americanas, mais navios adequados para atracação em portos
menores e para volumes menores de carga.
Muitos desses navios navegarão diretamente da Ásia
para os novos mercados.
As grandes embarcações
utilizadas nas rotas da
Maersk da Ásia à Europa
-que incluem os maiores navios porta-contêineres do
mundo- seriam grandes demais para as novas rotas.
A AP Moller-Maersk, controladora da Maersk Line,
anunciou em seu balanço
provisório que as rotas para a
África ganharam 12% em volume de carga no primeiro semestre deste ano, ante o período em 2009, enquanto as
rotas latino-americanas se
expandiram em 18%.
O volume de carga transportada da Ásia à Europa
cresceu apenas 5%.
"A tonelagem que temos
encomendada para entrega
nos próximos dois anos está
bem adaptada aos mercados
da América do Sul e da África", afirmou Kolding.
PERDA DE IMPORTÂNCIA
O rápido crescimento nos
mercados emergentes pode
reduzir a importância de centros de navegação como Algeciras, na Espanha, e Salalah, em Omã.
Neles, os navios da Maersk
que servem a rota Ásia-Europa recolhem e descarregam
muitos contêineres que serão
trasladados para a África. Os
serviços diretos recorrerão
bem menos a esses centros.
"Continuará a existir uma
combinação [entre serviço
direto e traslados]", disse
Kolding. "Mas o crescimento
se concentrará mais nos serviços diretos."
No entanto, disse Kolding,
no curto prazo, a desaceleração no crescimento da demanda significa que a
Maersk Line removerá alguns navios de suas rotas.
"Haverá capacidade demais no mercado, e nossa
resposta será reduzir um
pouco a nossa capacidade, a
partir do começo deste mês",
disse o executivo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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