São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2011

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Robôs fazem transação para investidor

Corretoras têm programas de computador que 'customizam' operações que cliente quer realizar no mercado

Investidor só precisa estabelecer valores e variáveis pelos quais aceitaria comprar ou vender uma ação

DE SÃO PAULO

Para quem não é gênio da matemática, corretoras e provedoras de tecnologia como Robotrader, CMA e SunGard têm softwares que "customizam" as principais operações robotizadas de alta frequência para atender ao cliente.
Na maioria dos casos, o investidor só precisa "imputar" valores e variáveis pelos quais aceitaria comprar ou vender uma ação -o chamado algoritmo matemático.
O restante é automatizado pelos supercomputadores que levam uma enxurrada de pequenas ordens à Bolsa.
"O algoritmo é que vai ficar brigando com o mercado para conseguir fechar essa operação. Ele faz todo aquele trabalho braçal de buscar ordens, ver as ofertas de compradores e vendedores, depois ajustar", disse Raphael Juan, diretor da CMA.
Segundo Rogério Paiva, diretor da Robotrader, para entrar no mundo dos algoritmos o investidor pessoa física precisa "aprender fazendo" e investir no desenvolvimento de estratégias. A Robotrader desenvolveu um software para simular o desempenho passado das estratégias.
"A simulação vai detectar se uma estratégia seria vencedora ou não. Para chegar ao varejo, temos de investir na formação", disse Paiva.
Os serviços de robôs mais simples da Robotrader já custam R$ 250 mensais. Corretoras como a Um Investimentos planejam lançar ferramentas a partir de R$ 150.
Mas a tendência é que as corretoras ofereçam o serviço gratuitamente aos clientes, como forma de se diferenciar da concorrência. Isso porque, quanto mais os robôs geram transações, mais a corretora e a Bolsa ganham.
Um dos algoritmos mais utilizados pelo investidor pessoa física é o "long and short" (longo e curto), em que o cliente vende um papel e compra outro, normalmente do mesmo setor, como ações do Itaú e do Banco do Brasil.
Ambas as empresas são afetadas pelas mesmas variáveis macroeconômicas (juros, impostos, estímulo ao crédito etc.), mas reagem com calibração diferente a elas.
Considerado mais eficiente, o Itaú costuma subir mais em condições favoráveis do que o Banco do Brasil. Se Itaú PN subir demais e Banco do Brasil ON ficar para trás, poderá ser o momento de comprar a segunda ação.
A calibragem depende do talento de cada investidor.
As operações de customização mais fáceis são chamadas "black box". Os mesmos sistemas podem ainda ter programações exclusivas, chamadas "white box".
Segundo Paiva, da Robotrader, um cliente começou investindo R$ 100 mil com algoritmos em alta frequência e conseguiu elevar seu capital para R$ 1,1 milhão em pouco mais de um ano. "O robô ajudou a execução. Mas ele tinha uma estratégia muito vencedora", disse. (TS)


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