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BC dos EUA define hoje ajuda para a economia
Maioria dos economistas, porém, diz que efeito do estímulo é incerto
BC americano deve anunciar hoje compra de algumas centenas
de bilhões de dólares
em títulos do Tesouro
SEWELL CHAN
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON
Está quase certo que o Fed,
o BC dos EUA, aja hoje para
estimular a hesitante recuperação da economia americana, mas a maioria dos economistas afirma ser improvável
que as medidas tenham
grande impacto sobre o emprego e o crescimento.
Rejeitando as objeções de
um punhado de dissidentes
que temem a inflação, o Comitê de Política Monetária do
Fed deve retomar a política
de relaxamento quantitativo,
uma estratégia de aquisição
de títulos do Tesouro para colocar pressão sobre as taxas
de juros de longo prazo.
A esperança é que novas
medidas do Fed tornem menos provável a espiral deflacionária de queda de preços e
que facilitem a captação e o
consumo por parte de empresas e de consumidores.
Em tese, o Fed poderia imprimir trilhões de dólares para atingir seu objetivo, mas é
mais provável que comece
com um montante mais baixo -talvez algumas centenas de bilhões de dólares- e
adquira mais papéis gradualmente, caso seja necessário.
Essa abordagem condicional e sem limite fixo de intervenção implicaria o abandono do preceito adotado pelo
Fed em sua primeira rodada
de aquisição de títulos da dívida, no valor de US$ 1,7 trilhão, que durou cerca de 15
meses e terminou em março.
O presidente do Fed, Ben
Bernanke, parece não ter ilusões quanto aos efeitos das
novas aquisições, tendo declarado em agosto que "os dirigentes de BCs não podem
resolver sozinhos os problemas da economia mundial".
Com a inflação bem abaixo
da meta extraoficial de 2%
que o Fed costuma seguir, o
desemprego na casa de 10%
e o crescimento do PIB demonstrando crescimento letárgico, Bernanke, evidentemente, concluiu que a inação
não é uma escolha aceitável.
Bernanke vem argumentando há muito que um BC,
depois de reduzir seus juros
de curto prazo a zero, como o
Fed fez em dezembro de
2008, continua a dispor de
ferramentas para evitar que
uma economia entre em deflação e agora está colocando
em prática o que prega.
Mas a maioria dos economistas concorda que, não importa a magnitude das ações
do Fed hoje, a economia continuará a enfrentar problemas por algum tempo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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