São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011

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Técnicos não acham desvio no banco PanAmericano

Rombo de R$ 4,3 bi seria resultado de má administração, e não desfalque

Auditores que analisam as contas estimam que ex-diretores tiraramR$ 100 mi de outras empresas do grupo

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Análises contábeis feitas por auditores da Deloitte e da Price, a pedido do Fundo Garantidor de Créditos, não encontraram desvios de recursos no banco PanAmericano. O banco teve um rombo de R$ 4,3 bilhões, mas a diretoria não tirou dinheiro da instituição, segundo os estudos feitos até agora.
O rombo foi resultado de má administração, de acordo com esses técnicos. A manipulação da contabilidade era uma forma de esconder o buraco de R$ 4,3 bilhões, não os desvios.
Na interpretação dos profissionais que estão analisando as contas do banco, os diretores do PanAmericano que foram afastados em novembro, quando foi anunciado o rombo de R$ 2,5 bilhões, tiraram recursos de outras empresas do grupo.
A estimativa inicial é que os ex-diretores do PanAmericano tenham tirado cerca de R$ 100 milhões das empresas não financeiras do grupo.
O dinheiro saía oficialmente como se fosse prestação de serviços. A suspeita dos técnicos e da Polícia Federal é que os serviços nunca foram prestados pelos ex-diretores do banco.
Os suspeitos de usar esse artifício para desviar recursos das empresas não financeiras são o superintendente do banco, Rafael Palladino, o diretor financeiro, Wilson Roberto de Aro, e o diretor de crédito, Adalberto Savioli.
Só na última semana os técnicos concluíram que o rombo era muito maior do que os R$ 2,5 bilhões anunciados em novembro -chega a R$ 4,3 bilhões. Desse valor, o Fundo Garantidor de Créditos, entidade dirigida pelos bancos, emprestou R$ 3,8 bilhões a Silvio Santos.
Os outros R$ 500 milhões foram tirados do próprio banco PanAmericano, de uma forma que o fundo ainda não explicou.
Na última segunda-feira, Silvio vendeu o banco ao BTG Pactual por R$ 450 milhões. Como a dívida é de R$ 3,8 bilhões, o fundo vai arcar com um prejuízo de pelo menos R$ 3,35 milhões.
Celso Vilardi, advogado de Palladino, diz que a hipótese de que seu cliente recebeu por serviços não prestados não tem nenhum fundamento. Segundo ele, Palladino recebeu de outras empresas do grupo por consultorias que prestou.
O advogado de Aro, Adriano Salles Vanni, diz que não fala sobre o caso. A Folha não conseguiu localizar a defesa de Savioli.


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