São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011

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Empresas usam previsão do tempo para ampliar ganhos

Na área de energia, trabalho apoia decisões estratégicas de compra e venda futura

CIRILO JUNIOR
DO RIO

As mudanças climáticas não trazem preocupação apenas para as cidades. Empresas do setor de energia investem em previsões meteorológicas buscando ganhos com compra e venda de energia, por exemplo, e tentando evitar perdas operacionais.
A previsão do tempo serve também para que empresas se previnam e agilizem possíveis ações contra danos causados pelas chuvas.
Algumas possuem departamento próprio de meteorologia, como a paulista Cesp e a mineira Cemig. A maior parte, no entanto, contrata prestadores desse serviço.
As previsões são feitas com até um ano de antecedência, explica o meteorologista Fábio Hochleitner, da Aquamet, que já fez previsões para Petrobras e Furnas.
"Não dá para cravar com tanta antecedência, mas trabalhamos com as probabilidades, a partir de nosso centro, com computadores de alto desempenho", afirma.

DECISÃO ESTRATÉGICA
No caso de empresas do setor elétrico, por exemplo, as previsões são usadas para orientar decisões a respeito de compra e venda antecipada de energia.
Se há mais chuva, os reservatórios enchem e o custo da energia no mercado de curto prazo cai. Se houver escassez de água, o custo sobe. Com a previsão meteorológica, essas empresas tentam evitar efeitos dessas variações.
"Dá para ganhar muito dinheiro no mercado spot (de curto prazo)", destaca o diretor de energia da Light, Evandro Vasconcelos.
Na Light, distribuidora de energia elétrica do Rio de Janeiro, o uso da meteorologia se estende ao dia a dia.
"Quando recebemos a previsão de temporal em determinada região, posicionamos nossas equipes ali. Imagine se chove bastante na zona oeste e estou com equipes do outro lado da cidade. Vou perder muito tempo no trânsito", diz Vasconcelos.
A Petrobras trabalha com empresas de meteorologia para otimizar a logística, no transporte de trabalhadores até as plataformas, e para evitar danos operacionais às unidades de produção, no caso de grandes temporais.
O movimento das correntes marítimas também é monitorado, para o acompanhamento de possíveis vazamentos de petróleo.
"Estamos esperando uma grande demanda com o pré-sal, especialmente no trabalho de monitoramente das correntes. A produção ficará muito longe da costa, próxima a fronteiras. Se ocorrer um grande vazamento de óleo, ele poderá atingir outro país", diz Hochleitner.


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