São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011

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ANÁLISE COMBUSTÍVEIS

Solução logística aumenta a competitividade do etanol


ALÉM DE MAIS COMPETITIVO, O NOVO MODAL DIMINUIRÁ O USO DE DIESEL E EVITARÁ ESSAS EMISSÕES DE CO2

JOSÉ CARLOS GRUBISICH
ESPECIAL PARA A FOLHA

O setor de bioenergia é um dos que mais cresceram no Brasil nos últimos dois anos.
Importantes investimentos estão sendo realizados -e se intensificarão- na ampliação da capacidade produtiva e em projetos "greenfield" (novos), para que se tenha escala compatível com o aumento projetado da demanda nos mercados interno e externo.
Para um setor em plena expansão, que busca alcançar mercados internacionais, uma solução logística competitiva se faz tão obrigatória quanto a alta eficiência agrícola e industrial.
Além disso, as regiões que hoje mais recebem projetos de usinas e investimentos estão nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que estão distantes de grandes centros consumidores, terminais e portos.
Hoje o Brasil já possui um projeto relevante para esse cenário: a construção de um sistema multimodal de logística, que inclui o alcoolduto.
O projeto ligará a região Centro-Oeste aos principais centros consumidores e aproximará o biocombustível dos portos.
No passado havia três projetos "concorrentes" em estudo. Os investimentos eram estimados em R$ 3 bilhões cada.
A decisão de unificar esses projetos em um novo traçado, que receberá investimento superior a R$ 6 bilhões, garante ganhos de sinergia, maior viabilidade financeira e a redução do custo de transporte por metro cúbico de etanol -o que se refletirá diretamente no preço pago pelo consumidor final, elevando a competitividade em relação ao concorrente fóssil.
Os atuais modais de transporte -sistema ferroviário e rodoviário- que movimentam a produção revelam-se incompatíveis para um setor que projeta duplicar sua capacidade produtiva em dez anos e tem a sustentabilidade como premissa.
Estima-se que, até 2020, o consumo de etanol no Brasil atingirá 50 bilhões de litros por ano. Continuar usando o modal rodoviário para atender esse crescimento significaria cerca de 3.000 caminhões circulando diariamente para transportar etanol.
Além de mais competitivo, o novo modal diminuirá o uso de diesel e evitará essas emissões de CO2.
A implantação do novo sistema logístico representa um passo importante para o etanol brasileiro.
Esse projeto elevará o etanol produzido no Brasil a um patamar ainda mais competitivo e sustentável, confirmando sua eficiência para consumidores do país e mercados internacionais.

JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da ETH Bioenergia.


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