São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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Sites viram "Facebook" do capital de risco

Cresce no país número de portais especializados em aproximar fundos de investimento de empresas iniciantes

Tradição nos EUA, sites tentam ampliar recursos comprometidos com empresas inovadoras, hoje em R$ 4,2 bilhões

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Aos 22 anos, o empresário Felipe Dulinksi fixou uma meta ambiciosa para o ano: descobrir empresas inovadoras, aproximá-las de fundos de investimento e garantir até R$ 800 mil em aportes.
A "vitrine" será o Makaha, portal que entra no ar nesta semana para apresentar produtos ou planos de negócios de empresas de tecnologia, de literatura e de música.
"Queremos ser uma espécie de Facebook do "venture capital" [capital de risco] e, no futuro, podemos investir em alguns dos projetos."
Muito mais do que simples plano de um jovem empreendedor -que já conseguiu levantar R$ 80 mil para bancar seu negócio atual-, o Makaha engrossa a lista dos portais que estão descobrindo sua vocação em aproximar fundos e empresas.
Além de publicar os perfis, também fazem sugestões, divulgam informações sobre subsídios e competições de inovação. Entre eles estão o Read Write Web, o Results On e o Startupi, já no ar.
"Os portais melhoraram a comunicação, que sempre foi falha entre o empreendedor e o investidor", diz Rene Fernandes, coordenador de projetos do Centro de Empreendedorismo da FGV-SP.
Criado no fim de 2008 pelo empresário e investidor americano Michael Nicklas, o blog Startupi reúne hoje o perfil de cerca de mil empresas iniciantes, sendo que 300 constituem um mapa de oportunidades de investimentos no Brasil.
"Ferramentas como essa foram essenciais no mercado americano para o desenvolvimento da indústria", diz.
Por aqui, os esforços buscam turbinar o capital comprometido com as iniciantes, hoje em R$ 4,2 bilhões.
Empresas iniciantes reconhecem o valor dos portais. Criada há dois anos, a byMK, primeira rede social dedicada à moda, aproveitou o Startupi para buscar contatos.
"Foi por meio do blog que soubemos do financiamento da Finep para pequenos empreendedores e levantamos R$ 120 mil", afirma Flávio Pripas, 33, que criou a empresa ao lado do sócio Renato Steinberg, 32.

FONTE DE INOVAÇÃO
A rede dos portais especializados já tem experiência consolidada no exterior.
Nos EUA, um dos principais nomes é o TechCrunch, portal que criou uma base de informações com 62,7 mil empresas e mais de 6.000 fundos de investimento.
Entre alguns dos nomes de companhias que eram apenas promessas até surgirem no portal estão Twitter, YouTube e MySpace, além do bilionário Facebook.
"O TechCrunch virou referência também fora da comunidade de empresários e investidores. Esse é um desafio dos portais no Brasil", resume Pripas, da byMK.


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