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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Odebrecht Realizações lança quatro projetos em Santos e desenvolve fundos imobiliários
A Odebrecht Realizações
(O'R) lança quatro empreendimentos na Baixada Santista (SP), parte de sua estratégia de focar regiões consideradas promissoras para projetos de longo prazo.
Outro plano da empresa é
desenvolver fundos de investimentos imobiliários. Há
menos de dois meses, o grupo Odebrecht firmou parceria com o Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que comprou
14,5% da O'R.
"O cliente final é importante, mas queremos também o cliente investidor",
afirma Paul Altit, presidente
da Odebrecht Realizações.
O modelo dos fundos é a
atuação com grandes investidores específicos, por SPE
(Sociedade de Próposito Específico) ou via Bolsa.
A empresa está empenhada em projetos na região de
Santos, onde investimentos
do setor de óleo e gás deverão
atrair cerca de 30 mil pessoas
para a região, estima Altit.
"Haverá grande interesse
em hotéis, shoppings, escritórios e residências para moradia e lazer na região."
A companhia acaba de
lançar um empreendimento
imobiliário de VGV (Valor
Geral de Vendas) de R$ 137
milhões. A empresa tem ainda em sua nova carteira em
Santos um prédio com salas e
lajes comerciais, de VGV de
cerca de R$ 160 milhões,
além de outros dois projetos
corporativos engatilhados.
Se todos os lançamentos
deste ano atingirem os projetados R$ 3 bilhões, a receita líquida da empresa será de R$
1,2 bilhão, diz Altit. Em 2009,
foi de R$ 400 milhões e no ano
anterior, R$ 200 milhões. Em
2010, o patrimônio líquido deverá ser de R$ 700 milhões.
INVASÃO ESTRANGEIRA
Com a desvalorização da
libra, os estrangeiros respondem por mais da metade do
mercado de imóveis "prime"
(valores acima de 2 milhões
de libras) em Londres, e os
brasileiros também aproveitam as oportunidades.
Estudo da imobiliária
Knight Frank mostra que os
estrangeiros responderam
por 51% das compras entre
julho de 2009 e junho deste
ano, três pontos percentuais
mais que na metade de 2009.
Em 2008, eles respondiam
por 30% das aquisições.
A participação dos brasileiros ainda é pequena, mas
começa a ser notada. Pela
primeira vez, eles aparecem
entre os 20 primeiros, com
0,9% das compras de imóveis em Londres por parte
dos estrangeiros.
Em 2009, o real foi a moeda que mais se valorizou ante
a libra esterlina. E, neste ano,
a moeda brasileira já subiu
pouco mais de 4%.
No mercado de alto luxo
(imóveis acima de 5 milhões
de libras esterlinas), a participação dos estrangeiros nas
compras é ainda maior: 68%.
Tratamento VIP O Bradesco inaugurou uma agência
Prime em Boa Vista na semana
passada. Roraima era o último
Estado que faltava para o banco abrir uma unidade destinada à alta renda. Com cerca de
440 mil clientes, a expectativa
é ampliar a base de correntistas do segmento em até 15%
neste ano. No primeiro semestre, foram sete inaugurações,
totalizando 266 agências. Mais
oito serão abertas até o final
deste ano.
Engrenagem O Consórcio Nacional Abimaq, administrado pela Embracon, registrou em seu primeiro mês
de atividade cerca de R$ 3 milhões comercializados em máquinas e equipamentos.
EXECUTIVO APRENDIZ
Devaney Baccari, presidente da farmacêutica Astellas
Quando assumiu a presidência da farmacêutica japonesa Astellas no Brasil, Devaney Baccari decidiu ter aulas
de etiqueta e cultura para
"evitar ao menos as grandes
gafes", diz. Na "classe", sentaram-se toda a diretoria e
até a secretária. Logo buscou
aulas do idioma, "apenas para entender o básico, como
letreiros no aeroporto", lembra. Mas, agora, partiu para o
aprendizado
da escrita (hiragana). Por
enquanto, nas
lições que começam antes do expediente,
Baccari exercita apenas letras, na sequência: primeiro,
os traços horizontais, depois
os verticais. "Ainda não sei
palavras." O executivo planeja estudar por dois anos e
diz que não chegará à fluência, como no inglês e no espanhol. "Mas serei capaz de
fazer saudações."
O QUE ESTOU LENDO
Delfim Netto, professor emérito
da FEA da USP e ex-ministro
"Expectations, Employment and Prices" [Expectativas, Emprego e
Preços] (ed. Oxford Univeristy Press), de Roger E. A.
Farmer, "é um livro extremamente ambicioso escrito por um economista
da mais alta competência", diz Delfim Netto.
"Farmer está equipado
para a tarefa que se propôs (a mesma que dominou o pensamento original de Keynes): construir
um paradigma capaz de
mostrar por que, ao contrário do que supõe a teoria neoclássica, mesmo a
mais perfeita economia
de mercado (cujo codinome é "capitalismo"), pode
permanecer com um alto
desemprego (potencialmente para sempre) se
não for ajudada por um
governo inteligente."
Vale à pena o esforço (e
ele não será pequeno), segundo Delfim, para acompanhar o autor.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e ÁLVARO FAGUNDES
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