São Paulo, domingo, 04 de julho de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Odebrecht Realizações lança quatro projetos em Santos e desenvolve fundos imobiliários

A Odebrecht Realizações (O'R) lança quatro empreendimentos na Baixada Santista (SP), parte de sua estratégia de focar regiões consideradas promissoras para projetos de longo prazo.
Outro plano da empresa é desenvolver fundos de investimentos imobiliários. Há menos de dois meses, o grupo Odebrecht firmou parceria com o Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que comprou 14,5% da O'R.
"O cliente final é importante, mas queremos também o cliente investidor", afirma Paul Altit, presidente da Odebrecht Realizações.
O modelo dos fundos é a atuação com grandes investidores específicos, por SPE (Sociedade de Próposito Específico) ou via Bolsa.
A empresa está empenhada em projetos na região de Santos, onde investimentos do setor de óleo e gás deverão atrair cerca de 30 mil pessoas para a região, estima Altit.
"Haverá grande interesse em hotéis, shoppings, escritórios e residências para moradia e lazer na região."
A companhia acaba de lançar um empreendimento imobiliário de VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 137 milhões. A empresa tem ainda em sua nova carteira em Santos um prédio com salas e lajes comerciais, de VGV de cerca de R$ 160 milhões, além de outros dois projetos corporativos engatilhados.
Se todos os lançamentos deste ano atingirem os projetados R$ 3 bilhões, a receita líquida da empresa será de R$ 1,2 bilhão, diz Altit. Em 2009, foi de R$ 400 milhões e no ano anterior, R$ 200 milhões. Em 2010, o patrimônio líquido deverá ser de R$ 700 milhões.

INVASÃO ESTRANGEIRA
Com a desvalorização da libra, os estrangeiros respondem por mais da metade do mercado de imóveis "prime" (valores acima de 2 milhões de libras) em Londres, e os brasileiros também aproveitam as oportunidades.
Estudo da imobiliária Knight Frank mostra que os estrangeiros responderam por 51% das compras entre julho de 2009 e junho deste ano, três pontos percentuais mais que na metade de 2009. Em 2008, eles respondiam por 30% das aquisições.
A participação dos brasileiros ainda é pequena, mas começa a ser notada. Pela primeira vez, eles aparecem entre os 20 primeiros, com 0,9% das compras de imóveis em Londres por parte dos estrangeiros.
Em 2009, o real foi a moeda que mais se valorizou ante a libra esterlina. E, neste ano, a moeda brasileira já subiu pouco mais de 4%.
No mercado de alto luxo (imóveis acima de 5 milhões de libras esterlinas), a participação dos estrangeiros nas compras é ainda maior: 68%.

Tratamento VIP
O Bradesco inaugurou uma agência Prime em Boa Vista na semana passada. Roraima era o último Estado que faltava para o banco abrir uma unidade destinada à alta renda. Com cerca de 440 mil clientes, a expectativa é ampliar a base de correntistas do segmento em até 15% neste ano. No primeiro semestre, foram sete inaugurações, totalizando 266 agências. Mais oito serão abertas até o final deste ano.

Engrenagem
O Consórcio Nacional Abimaq, administrado pela Embracon, registrou em seu primeiro mês de atividade cerca de R$ 3 milhões comercializados em máquinas e equipamentos.

EXECUTIVO APRENDIZ

Devaney Baccari, presidente da farmacêutica Astellas

Quando assumiu a presidência da farmacêutica japonesa Astellas no Brasil, Devaney Baccari decidiu ter aulas de etiqueta e cultura para "evitar ao menos as grandes gafes", diz. Na "classe", sentaram-se toda a diretoria e até a secretária. Logo buscou aulas do idioma, "apenas para entender o básico, como letreiros no aeroporto", lembra. Mas, agora, partiu para o aprendizado da escrita (hiragana). Por enquanto, nas lições que começam antes do expediente, Baccari exercita apenas letras, na sequência: primeiro, os traços horizontais, depois os verticais. "Ainda não sei palavras." O executivo planeja estudar por dois anos e diz que não chegará à fluência, como no inglês e no espanhol. "Mas serei capaz de fazer saudações."

O QUE ESTOU LENDO

Delfim Netto, professor emérito da FEA da USP e ex-ministro

"Expectations, Employment and Prices" [Expectativas, Emprego e Preços] (ed. Oxford Univeristy Press), de Roger E. A. Farmer, "é um livro extremamente ambicioso escrito por um economista da mais alta competência", diz Delfim Netto.
"Farmer está equipado para a tarefa que se propôs (a mesma que dominou o pensamento original de Keynes): construir um paradigma capaz de mostrar por que, ao contrário do que supõe a teoria neoclássica, mesmo a mais perfeita economia de mercado (cujo codinome é "capitalismo"), pode permanecer com um alto desemprego (potencialmente para sempre) se não for ajudada por um governo inteligente."
Vale à pena o esforço (e ele não será pequeno), segundo Delfim, para acompanhar o autor.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e ÁLVARO FAGUNDES



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