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commodities
Votorantim compra mineradora no Peru
Com a aquisição da Milpo, empresa diversifica seu portfólio de produtos básicos e passa a comercializar cobre
Analista destaca que a commodity não é "bola da vez" e aquisições no setor são oportunidade para expandir negócios
GUILHERME CHAMMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Votorantim Metais
anunciou ontem que assumiu o controle acionário da
mineradora peruana Milpo.
A empresa investiu
US$ 420 milhões no negócio,
por meio de oferta pública de
compra de papéis, que a deixou com mais de 50% das
ações em circulação. Desde
2005, porém, a Votorantim já
tinha participação na Milpo.
Com a aquisição, a empresa agrega ao seu portfólio cobre, chumbo e prata. Atualmente, atua com alumínio,
zinco e níquel.
"Para completar nosso
portfólio, faltava o cobre. Ter
mais produtos nos torna
mais competitivos, vai manter o fluxo de caixa mais estável", disse o diretor-superintendente da Votorantim Metais, João Bosco Silva.
O Peru é considerado estratégico pela companhia,
que atua no país desde de
2004. Uma das razões é a proximidade das zonas fornecedoras de minério, o que permite ter custos mais baixos
de produção.
Segundo dados do Ibram
(Instituto Brasileiro de Mineração), o Peru é o segundo
maior produtor mundial de
cobre, atrás apenas do Chile.
O Brasil ocupa a 16ª posição e
tem a balança comercial do
produto deficitária.
Em 2008, último dado disponível, o comércio internacional brasileiro de cobre primário e semimanufaturado
foi de US$ 3,9 bilhões, deixando um saldo deficitário
de US$ 1,5 bilhão.
O acesso ao Pacífico e os
custos de exportação, mais
baixos do que no Brasil, são
outros atrativos peruanos.
Os planos da Votorantim
Metais para a Milpo incluem
dobrar em três anos o faturamento de US$ 500 milhões
-valor previsto para 2010.
COBRE
O cobre está no centro das
atenções dos grandes conglomerados. Em julho, a Vale
comunicou que fará uma
oferta para comprar as ações
ordinárias da Paranapanema, com a intenção de ser um
dos principais produtores de
cobre do mundo.
Atualmente, segundo o
Ibram, a empresa é líder na
comercialização do metal no
Brasil, com 57% de participação de mercado.
Para o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, as
aquisições das empresas são
mais pautadas pelas oportunidades de negócios do que
pela commodity em si.
"Não vejo o cobre como
bola da vez. A demanda aumenta em ciclos econômicos
fortes, mas são ciclos, não
duram para sempre."
Galdi ainda destaca que os
preços tiveram boa recuperação. Ontem, o cobre era negociado a US$ 7.360 a tonelada, mais do que o dobro do
que valia na crise de 2008.
O material é bastante utilizado pela indústria em fios
de equipamentos elétricos,
canos de gás e bobinas, para
insumos de produção.
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