São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2010

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commodities

Votorantim compra mineradora no Peru

Com a aquisição da Milpo, empresa diversifica seu portfólio de produtos básicos e passa a comercializar cobre

Analista destaca que a commodity não é "bola da vez" e aquisições no setor são oportunidade para expandir negócios

GUILHERME CHAMMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Votorantim Metais anunciou ontem que assumiu o controle acionário da mineradora peruana Milpo.
A empresa investiu US$ 420 milhões no negócio, por meio de oferta pública de compra de papéis, que a deixou com mais de 50% das ações em circulação. Desde 2005, porém, a Votorantim já tinha participação na Milpo.
Com a aquisição, a empresa agrega ao seu portfólio cobre, chumbo e prata. Atualmente, atua com alumínio, zinco e níquel.
"Para completar nosso portfólio, faltava o cobre. Ter mais produtos nos torna mais competitivos, vai manter o fluxo de caixa mais estável", disse o diretor-superintendente da Votorantim Metais, João Bosco Silva.
O Peru é considerado estratégico pela companhia, que atua no país desde de 2004. Uma das razões é a proximidade das zonas fornecedoras de minério, o que permite ter custos mais baixos de produção.
Segundo dados do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), o Peru é o segundo maior produtor mundial de cobre, atrás apenas do Chile. O Brasil ocupa a 16ª posição e tem a balança comercial do produto deficitária.
Em 2008, último dado disponível, o comércio internacional brasileiro de cobre primário e semimanufaturado foi de US$ 3,9 bilhões, deixando um saldo deficitário de US$ 1,5 bilhão.
O acesso ao Pacífico e os custos de exportação, mais baixos do que no Brasil, são outros atrativos peruanos.
Os planos da Votorantim Metais para a Milpo incluem dobrar em três anos o faturamento de US$ 500 milhões -valor previsto para 2010.

COBRE
O cobre está no centro das atenções dos grandes conglomerados. Em julho, a Vale comunicou que fará uma oferta para comprar as ações ordinárias da Paranapanema, com a intenção de ser um dos principais produtores de cobre do mundo.
Atualmente, segundo o Ibram, a empresa é líder na comercialização do metal no Brasil, com 57% de participação de mercado.
Para o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, as aquisições das empresas são mais pautadas pelas oportunidades de negócios do que pela commodity em si.
"Não vejo o cobre como bola da vez. A demanda aumenta em ciclos econômicos fortes, mas são ciclos, não duram para sempre."
Galdi ainda destaca que os preços tiveram boa recuperação. Ontem, o cobre era negociado a US$ 7.360 a tonelada, mais do que o dobro do que valia na crise de 2008.
O material é bastante utilizado pela indústria em fios de equipamentos elétricos, canos de gás e bobinas, para insumos de produção.


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