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Metade do óleo de soja vira biodiesel no MT
Demanda interna por combustível faz cair exportação do óleo produzido no Estado
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
No primeiro semestre de
2010, Mato Grosso destinou
49,34% de sua produção de
óleo de soja para a indústria
do biodiesel -no ano passado, a fatia destinada à produção de combustíveis havia sido de 30%.
Segundo maior produtor
do combustível no país, atrás
apenas do Rio Grande do Sul,
o Estado viu sua produção
saltar de 15 mil metros cúbicos em 2007 para 367 mil metros cúbicos no ano passado.
Em 2010, segundo dados
da ANP (Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis), as usinas
de Mato Grosso ofertaram
23% do total arrematado nos
três leilões realizados desde
março: 422.200 m3.
Os leilões atendem a uma
resolução do Conselho Nacional de Política Energética
que determinou a adição de
no mínimo 5% de biodiesel
ao óleo diesel vendido ao
consumidor final.
Com 30 usinas, 16 delas
em operação, o Estado tem
atualmente a maior capacidade instalada de produção
no país, segundo o Sindibio
(sindicato que representa o
setor em MT). A entidade estima que a produção local supere os 600 mil m3 em 2012.
Atualmente, apesar de
parte da produção ser feita a
partir de fontes como o caroço de algodão e a gordura
animal, o óleo de soja representa cerca de 90% da matéria-prima empregada pela indústria, segundo o Sindibio.
O aquecimento da demanda local afeta as exportações.
Até setembro, Mato Grosso
exportou 271.752 m3 de óleo
de soja -25% a menos que
no mesmo período em 2009,
apesar de cotações internacionais vantajosas.
"O biodiesel está em média mais rentável que o
óleo", diz Otávio Lemos Celidonio, superintendente do
Instituto Mato-Grossense de
Economia Agrícola.
Segundo cálculos do instituto, a rentabilidade média
de uma tonelada de soja
transformada em óleo e farelo é de R$ 780. Se for convertida em biodiesel e farelo, o
valor sobe para R$ 863.
Outro atrativo, na opinião
do presidente da Federação
das Indústrias de Mato Grosso, Jandir Milan, é a existência de uma "demanda previamente contratada" pelos
leilões da ANP. "Isso significa mais segurança para o investidor", afirma.
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