|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Shopping ao ar livre é aposta nos EUA
Modelos fechados estão em baixa, devido à recessão, ou passam por reforma que busca torná-los mais atrativos
Dos 1.500 centros de compra construídos desde 2006, apenas um segue o modelo de estrutura fechada
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Na saída da praia, caminhando dois quarteirões, o
turista desatento pode cair
no novo shopping de Santa
Monica, em Los Angeles, sem
se dar conta de que está, de
fato, num shopping, já que o
local parece continuação natural de uma movimentada
rua fechada de comércio.
Desenhado em 1980 por
Frank Gehry, o Santa Monica
Place passou por mudança
radical de US$ 265 milhões
pelas mãos de outros arquitetos, que deixaram para trás a
imagem de grande caixotão
de cimento para fazer um
shopping a céu aberto.
A iniciativa representa
duas tendências pelas quais
os shoppings vêm passando
nos EUA nos últimos anos. Se
não estiverem fechando as
portas, atingidos pela recessão, estão sendo reformados.
E, quando o clima é propício, são transformados em
centros ao ar livre, integrados à comunidade.
"Era uma construção fechada, meio velha, cansada.
As pessoas queriam algo que
não fosse tão opressivo, que
fosse prático para entrar e
sair", disse Doug Roscoe, gerente do Santa Monica Place,
cuja proprietária Macerich é
a terceira maior operadora de
shoppings dos EUA.
"Shoppings a céu aberto
trazem uma experiência
mais bacana. Mas, claro, não
é a coisa mais apropriada se
você estiver no meio do Meio
Oeste", afirmou Roscoe.
Hoje, nos EUA, existem 34
mil shoppings com mais de
50 mil metros quadrados -o
Eldorado, em São Paulo, tem
74 mil metros quadrados.
MODELO
Desde 2006, 1.500 shoppings foram construídos,
sendo que apenas 1 era de estrutura fechada e só 42 são do
último ano, afirma o Conselho Internacional de Shopping Centers (CISC).
"A maior parte do crédito e
do capital disponível foi usada para reformar propriedades existentes em vez de
construir novas", disse Jesse
Tron, consultor da CISC. "Isso deve continuar até provavelmente o começo de 2011."
Muitos dos shoppings foram construídos 25 anos
atrás em locais então distantes de centros urbanos. "Hoje, novos terrenos são caros e
ninguém quer ficar longe da
clientela", diz o pesquisador
Michael Beyard, do Urban
Land Institute.
Uma das opções que vêm
ganhando força nas reformas
é o shopping a céu aberto.
"Tentam reproduzir aquela atmosfera de rua principal
de uma pequena cidade",
afirma o professor Emil Pocock, da Eastern Connecticut
State University, cujo departamento de estudos ame-
ricanos documenta shoppings pelo país.
No sul da Califórnia, centros ao ar livre são onipresentes. Há pelo menos outros
três grandes shoppings do
gênero em Los Angeles, incluindo o mais recente, Americana At Brand, construído
em 2008 unido a um complexo residencial.
Unir escritórios e residências aos espaços comerciais
também foi a solução de outro grande relançamento do
ano, em Hampton, no Estado
de Virgínia, numa reforma
que levou três anos e US$ 276
milhões.
Até regiões de tempo instável apostam no outdoor.
Em Salt Lake City, em Utah,
dois shoppings fechados estão sendo unidos num complexo de residências e um hotel, além do centro comercial
com teto de vidro retrátil, tecnologia que os arquitetos responsáveis querem levar para
outros shoppings do país.
Texto Anterior: Ricos responderam à crise com a compra de ouro, dizem bancos Próximo Texto: Análise: "Open-air mall" é um passo a uma nova urbanidade ou um simples modismo? Índice | Comunicar Erros
|