São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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Espanha reabre espaço aéreo mas segue em alerta

Brasileiros não conseguiram viajar por causa da greve de controladores

Problema afetou cerca de 600 mil pessoas no mundo; governo espanhol prevê situação normal em dois dias

DE SÃO PAULO

O espaço aéreo espanhol foi declarado totalmente reaberto no início da tarde de ontem, com a volta ao trabalho dos controladores de voo.
Por conta da greve surpresa, iniciada na tarde de sexta-feira, o governo da Espanha declarou estado de alerta.
É a primeira vez que a Espanha recorre a esse dispositivo constitucional, de 1978.
Segundo as autoridades, cerca de 600 mil passageiros foram afetados pela greve.
Espera-se que em dois dias o fluxo seja normalizado. O vice-premiê, Alfredo Pérez Rubalcaba, disse que o governo não permitirá que outra greve interrompa os serviços, por exemplo no Natal.
A oficialização do estado de alerta fez com que os controladores voltassem ao trabalho -a recusa pode ser punida pelo código militar.
A greve foi uma resposta ao decreto do governo que deixa de incluir licenças médicas na contagem de horas dos profissionais, entre outras divergências sobre salários e condições de trabalho.

REFLEXO NO BRASIL
A greve de controladores aéreos na Espanha prejudicou brasileiros que tentavam embarcar ontem em São Paulo. Houve fila no balcão de check-in da Iberia no aeroporto de Guarulhos, onde cerca de cem pessoas aguardavam orientações na tarde de ontem.
Para os passageiros que tinham como destino final a Espanha, a orientação da companhia Iberia era que voltassem para a casa e remarcassem o voo.
A Iberia tentava encaixar aqueles que apenas fariam escala naquele país em voos de outras aéreas.
A empresa informou em comunicado que pretende ter todos os voos normalizados a partir das 6h de hoje.
Ao saber que deveria remarcar seu voo, Marco Antonio Lima, 44, se irritou. "Estão me mandando voltar para casa até que o voo seja remarcado. Mas eu não tenho casa aqui, moro e trabalho em Barcelona", afirmou.
Ele disse que precisa trabalhar amanhã e reclamou que a empresa não ofereceu hotel até o novo voo.
Prestes a começar um intercâmbio na Espanha, Tatiane Oliveira, 21, chorou ao saber que não poderia embarcar para Madri na tarde de ontem. "Combinei com a agência, tenho de ir para lá. Não vou voltar para casa."
Dois voos da Iberia com saída prevista de São Paulo, e um com saída prevista do Rio, com destino a Madri, na noite de ontem, foram cancelados. Dois voos da Iberia que chegariam a São Paulo e um que chegaria ao Rio ontem, vindos de Madri, também não foram realizados.
Há um voo da Iberia com previsão de chegar a São Paulo, vindo de Madri, às 8h20 de hoje. A empresa informava ontem no Twitter que tentaria realizar este voo.
A Folha tentou entrar em contato com a Iberia nos escritórios de São Paulo, do Rio e de Madri, sem sucesso.
A TAM cancelou um voo Madri-São Paulo que aterrissaria na manhã de ontem em Guarulhos. A empresa ofereceu aos passageiros deste voo transporte para reacomodação no voo Lisboa-São Paulo que decola hoje às 5h (hora local) e pousa às 13h20 (horário de Brasília).
O voo da TAM que partiu às 20h55 de sexta com destino a Madri pousou em Lisboa. A companhia ofereceu transporte terrestre até Madri. Até as 20h de ontem, a TAM confirmava o voo São Paulo-Madri às 20h55.
No Brasil, os passageiros que têm voos cancelados ou atrasados têm os seguintes direitos, segundo a Anac: acesso a telefone e internet (a partir de uma hora de atraso); alimentação (a partir de duas horas); e acomodação (a partir de quatro horas).
Quem tem o voo cancelado tem prioridade de reacomodação. Quem desiste de viajar por cancelamento ou atraso acima de quatro horas tem direito a reembolso integral.


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