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Bancos ajudam Planalto a fazer lobby por Petrobras
Instituições pressionam oposição no Senado a não votar contra capitalização
Bancos são acionados a
pedido de assessores de
Lula e da estatal diante
de risco de prejuízos
com atraso em projeto
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Bancos privados nacionais e estrangeiros estão ajudando o governo Luiz Inácio
Lula da Silva e a Petrobras a
pressionar a oposição para
aprovar no Senado o projeto
de capitalização da estatal.
Pelos menos três instituições financeiras com interesse direto na operação procuraram senadores do PSDB e
do DEM e pediram que eles
não votassem contra a proposta, vital para os projetos
da Petrobras de manter seu
plano de investimento.
Aprovado o projeto no Senado, a estatal espera realizar a operação no final do
mês que vem. Dirigentes da
empresa e analistas estimam
que ela possa chegar a
R$ 100 bilhões, a maior da
história da Petrobras e, talvez, do mercado mundial.
Com isso, o capital da empresa pode ser elevado em
38%, com base no valor de
mercado de anteontem.
No discurso para convencer senadores da oposição,
diretores e donos de bancos
argumentam que a empresa
poderá enfrentar dificuldades no final deste ano e no
início de 2011 se a capitalização não for aprovada.
A informação é que a estatal já assumiu compromissos
de investimento que exigem
que ela capte entre este ano e
o início do próximo pelo menos R$ 60 bilhões para manter seu cronograma.
Os bancos foram acionados a pedido da Petrobras e
de assessores de Lula diante
do risco de o projeto de capitalização não ser aprovado
no início deste mês pelo Senado, o que comprometeria o
cronograma da estatal.
PRESSA
A estatal tem pressa por
dois motivos: 1) necessidade
de aumentar seu capital; 2)
captar recursos o mais rápido
possível diante do aumento
de seu endividamento líquido. Hoje, ele está na casa de
32%, o que ainda lhe garante
acesso a financiamento a juros mais baixos.
Segundo analistas, se esse
endividamento -usado pelas agências de risco para
classificar as empresas- superar 35%, a Petrobras passará a captar recursos a um
custo mais elevado.
Além disso, a ideia é fazer
a operação antes das férias
do mercado financeiro no hemisfério Norte, que começam
em agosto. Depois, a operação poderia coincidir com a
fase mais quente das eleições, o que é visto como não
recomendável no mercado.
Um auxiliar direto do presidente Lula confirmou à Folha que o governo conta com
a ajuda dos bancos que vão
fazer parte da operação de
lançamento de ações para
aprovar a capitalização, cuja
votação está marcada para
terça ou quarta-feira.
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