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MERCADO ABERTO
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Diplomata questiona adesão ao livre comércio
O diplomata brasileiro Victor do Prado, chefe de gabinete-adjunto do diretor-geral
da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal
Lamy, questionou ontem a
"real utilidade" dos tratados
regionais de livre comércio
(TLCs) que vêm se multiplicando nos últimos anos.
"Sempre dá boa foto [acordo de livre comércio], mas saber se vai ser utilizado na
prática é outra história."
Prado cita estudo de 2009
do Banco de Desenvolvimento da Ásia que mostra que só
22% das 609 empresas pesquisadas na região usam as
preferências tarifárias estabelecidas nos acordos.
"Quando vejo que o Mercosul fez acordo com o Egito,
pergunto-me quem vai usar
essas preferências."
Acordos são pouco eficazes porque, com exceção da
proteção à agricultura, as
principais barreiras às importações nos países desenvolvidos atualmente são não
tarifárias e não estão incluídas nos TLCs.
"É uma miríade de regras
sanitárias e fitossanitárias,
uma variedade de regimes de
regras de origem, e ainda
existe o custo administrativo
de usar as preferências."
Há 350 TLCs registrados na
OMC -e não mais de mil, dado citado no Brasil, onde a
conveniência de buscar acordos bilaterais é tema da campanha eleitoral.
Ele sublinhou que nenhum dos 350 tratados é entre dois países ou blocos de
grande dimensão e economia diversificada, como o
Brasil. "Não há acordo entre
China e EUA e o que a Índia
negocia com a União Europeia exclui a agricultura."
"Os políticos
gostam mais de
acordos de livre
comércio do que os
empresários"
"Quando vou à Fiesp
não me falam de
medo da importação
dos EUA, mas
da China"
VICTOR DO PRADO
da OMC (Organização Mundial do
Comércio)
"Não se trata de engordar o porco para vender",
diz Luciani
A TIM já anunciou, ao divulgar resultados do segundo trimestre, que vai lançar
uma nova estratégia para
atrair os usuários de lan-houses para o celular. Faltava
precisar quando.
"Vai ser em setembro",
afirma Luca Luciani, presidente da empresa no Brasil,
há 18 meses no Rio.
"Vamos oferecer internet
móvel, na forma do pré-pago. As classes C e D que frequentam lan-houses gastam
em média R$ 2 a hora", afirma Luciani.
Detalhes do plano, que vai
absorver a maior parte do investimento de R$ 1,5 bilhão
previsto para este ano, é segredo. Mas o caminho deve
ser semelhante ao que já
ocorreu no mercado de telefonia fixa, quando a móvel
conquistou espaço pelo barateamento do preço, conforme Luciani.
Por trás da nova estratégia
para aumentar o número de
clientes, estaria a intenção
de vender a TIM? Ao responder, Luciani mostra o relatório de resultados globais da
companhia para comprovar
que o único país que apresenta crescimento é o Brasil.
"Não se trata de engordar o
porco para vender. Vamos
para a classe C porque isso
cria valor."
Frentista O etanol fechou
julho 3% mais caro para o consumidor paulistano, segundo
o Ticket Car. O preço médio do
combustível foi de R$ 1,37 e
ainda é a melhor opção para
quem tem carro flex. Na gasolina, o valor médio está cotado
a R$ 2,46, 0,10% mais caro
que em junho. Os demais combustíveis ficaram estáveis.
Mapa No resto do país, julho foi atípico e teve estabilidade no preço de combustíveis, segundo o Ticket Car.
Com vantagem em 14 Estados,
o etanol recuou 1,65% e teve
preço médio por litro de R$
1,85. A gasolina, mais indicada no Distrito Federal e em
mais dez locais, subiu 0,06%,
com valor médio de R$ 2,70.
De ônibus... A NTU (associação de empresas de transportes urbanos) quer multiplicar os sistemas BRT (Bus Rapid Transit) nas cidades que
irão sediar a Copa de 2014. O
custo do modelo é de 10 a 20
vezes mais barato que o metrô.
Está prevista a instalação de
20 sistemas para o evento,
com financiamento do PAC.
...na Copa Criado em Curitiba, em 1974, o BRT é um sistema de ônibus que circula por
canaletas exclusivas com múltiplas posições de paradas nas
estações e veículo articulado.
A solução já opera em mais de
80 cidades em todo o mundo.
O tema será debatido no 23º
Seminário Nacional NTU, em
Brasília, neste mês.
FERMENTO NO PÃO DE QUEIJO
A rede Rei do Mate irá
abrir 20 lojas no país até o final deste ano. A maioria delas será nos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, além
de uma em Salvador. Ao todo, a empresa irá fechar o
ano com 310 lojas, distribuídas em 16 Estados do país.
"O ritmo de abertura de
lojas será maior neste ano.
Vamos fechar acima da média anual, de 25 unidades",
afirma Antonio Carlos Nasraui, sócio da rede.
Os investimentos dos
franqueados nos novos
pontos de venda somam
R$ 6 milhões.
No Rio de Janeiro, a empresa está presente em todos os shoppings da cidade e, por isso, procura pontos de venda alternativos.
"Estamos com duas lojas flutuantes nas barcas
que fazem o percurso Rio-Niterói e procuramos pontos em hospitais, clubes e
faculdades."
A expansão da rede está
sendo impulsionada pela
procura maior dos consumidores por alimentos e
bebidas mais saudáveis,
segundo Nasraui.
A projeção da empresa é
fechar o ano com faturamento de R$ 130 milhões,
um crescimento de 30%.
HABITAÇÃO
O mercado de imóveis novos residenciais na região
metropolitana de São Paulo
registrou redução de 46,3%
nas vendas de maio, com a
comercialização de 4.149
unidades, segundo pesquisa
que o Secovi-SP divulga hoje.
A queda se refletiu também no indicador de desempenho de comercialização, o
VSO (Vendas sobre Oferta).
Em maio, o VSO foi de 15,7%,
ante 26,2% em abril.
A tendência observada pela pesquisa foi seguida na cidade de São Paulo, onde o
ritmo do VSO caiu para
16,7%, ante 25,3% no mês anterior, e as vendas atingiram
1.949 unidades, queda de
39,8% no mês.
Em maio, a capital participou com 47% no total vendido na região metropolitana.
Em número de dormitórios
por unidade, o destaque foi o
segmento de dois quartos,
com 1.657 moradias vendidas, 39,9% do total.
Embrapa inicia projeto para controle de saúde animal
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) organiza uma rede de
sanidade animal no Brasil,
que irá pesquisar especialmente controle de epidemias
e segurança alimentar.
O objetivo é fortalecer o setor produtivo brasileiro, em
especial no mercado externo, evitando a imposição de
barreiras sanitárias, segundo
Janice Zanella, pesquisadora
responsável pela rede.
O projeto irá unificar as
pesquisas feitas no país e aumentará a troca de informações entre laboratórios de diferentes regiões. A rede conta
com o apoio do Serviço de
Pesquisa Agropecuária dos
EUA, parceiro da Embrapa.
"Vamos trabalhar com
doenças emergentes que ofereçam risco à população humana", diz Zanella.
As missões internacionais
estão cada vez mais preocupadas com a origem das carnes, segundo a pesquisadora. "A produção de forma intensiva realizada hoje, com o
confinamento dos animais, é
propícia para a proliferação
de doenças", diz.
Estudos da Usaid (agência
norte-americana para o desenvolvimento) revelam que
75% das doenças da humanidade nas próximas décadas
serão de origem animal.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e CLAUDIA ANTUNES
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