São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2010

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BC vê ceticismo sobre atuação com derivativos

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A recente derrocada do dólar alimentou os rumores de que o Banco Central voltaria a atuar no câmbio por meio de derivativos (venda de títulos), com objetivo de segurar as cotações daqui a dois meses.
O próprio BC fez consultas para medir o apetite do mercado pelo derivativo.
No caso, o título é o "swap cambial reverso", que equivale à compra de dólar no mercado futuro.
Para quem aposta na queda do dólar, o BC se compromete, hoje, a comprar a moeda com preço relativamente alto daqui um tempo, impedindo o mercado de derrubar demais os preços da moeda.
A vantagem é que o BC atua nas expectativas, retirando uma eventual pressão infundada que pode se materializar -ou não.
Desta vez, tanto o mercado como o BC não veem uma "bolha de expectativa" artificial, que alimenta a queda do dólar futuro.
Isso porque há razões concretas para a queda da moeda: capitalização da Petrobras, entrada de dinheiro dos exportadores, eleição tranquila, chance de alta na Bolsa etc.
Projeções do mercado apontam que o dólar possa ficar abaixo de R$ 1,70.
Desde 2008, logo após a quebra do Lehman Brothers, o BC só atua no câmbio à vista, comprando ou vendendo dólares sempre que vê problemas de liquidez dificultarem a formação da taxa de câmbio.
Na última vez que foi vendido o "swap", a intenção era desmontar US$ 40 bilhões em derivativos tóxicos que quase quebraram empresas como Sadia, Aracruz e VCP.
Para José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora, a volta do swap cambial não teria impacto significativo nas cotações. "Nunca deu certo, não vai ser agora que vai resolver a situação."
"O BC não vai ter argumento para usar o "swap" sem assumir que está insatisfeito com a taxa de câmbio. Não acho que vai acontecer", disse Jorge Knauer, do Banco Prosper.


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