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BC vê ceticismo sobre atuação com derivativos
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
A recente derrocada do
dólar alimentou os rumores de que o Banco Central
voltaria a atuar no câmbio
por meio de derivativos
(venda de títulos), com objetivo de segurar as cotações daqui a dois meses.
O próprio BC fez consultas para medir o apetite do
mercado pelo derivativo.
No caso, o título é o
"swap cambial reverso",
que equivale à compra de
dólar no mercado futuro.
Para quem aposta na
queda do dólar, o BC se
compromete, hoje, a comprar a moeda com preço
relativamente alto daqui
um tempo, impedindo o
mercado de derrubar demais os preços da moeda.
A vantagem é que o BC
atua nas expectativas, retirando uma eventual pressão infundada que pode se
materializar -ou não.
Desta vez, tanto o mercado como o BC não veem
uma "bolha de expectativa" artificial, que alimenta
a queda do dólar futuro.
Isso porque há razões
concretas para a queda da
moeda: capitalização da
Petrobras, entrada de dinheiro dos exportadores,
eleição tranquila, chance
de alta na Bolsa etc.
Projeções do mercado
apontam que o dólar possa ficar abaixo de R$ 1,70.
Desde 2008, logo após a
quebra do Lehman Brothers, o BC só atua no câmbio à vista, comprando ou
vendendo dólares sempre
que vê problemas de liquidez dificultarem a formação da taxa de câmbio.
Na última vez que foi
vendido o "swap", a intenção era desmontar US$ 40
bilhões em derivativos tóxicos que quase quebraram empresas como Sadia, Aracruz e VCP.
Para José Roberto Carreira, gerente de câmbio
da Fair Corretora, a volta
do swap cambial não teria
impacto significativo nas
cotações. "Nunca deu certo, não vai ser agora que
vai resolver a situação."
"O BC não vai ter argumento para usar o "swap"
sem assumir que está insatisfeito com a taxa de câmbio. Não acho que vai
acontecer", disse Jorge
Knauer, do Banco Prosper.
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