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Pecuaristas criticam exigências ambientais feitas por frigoríficos
Criadores de Mato Grosso afirmam que não vão aceitar "abusos"
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
Pressionados a provar que
cumprem a legislação ambiental, pecuaristas de Mato
Grosso reagiram contra os
maiores frigoríficos do Brasil.
Em carta aberta aos grupos Marfrig e JBS-Friboi, a
Acrimat (Associação dos
Criadores de Mato Grosso)
disse que o setor sofre ameaças, mas não irá aceitar "abusos" e "formação de cartel".
Desde que firmaram acordos com o Ministério Público
Federal no Pará e em Mato
Grosso, os dois frigoríficos
passaram a exigir que seus
fornecedores comprovem a
origem legal do gado.
O objetivo da medida é
barrar a expansão do desmate e o uso de áreas de preservação e reservas indígenas
para a criação do gado.
Para a Acrimat, porém, as
exigências "invertem o ônus
da prova" e são uma "forma
de manipular a relação comercial com o pecuarista".
"Nós, produtores, não temos nenhuma relação com
os acordos assinados junto
ao Ministério Público Federal
e ONGs. Não somos testemunhas nem responsáveis por
assinatura desses pactos."
Os criadores criticaram os
frigoríficos, que exigem a
apresentação de documentos "como se fossem os responsáveis pela fiscalização e
execução das leis": "Marfrig
e JBS-Friboi colocam os pecuaristas na vala comum de
invasores de terra, dos que
vivem à margem da lei. Não
somos transgressores".
Mato Grosso tem o maior
rebanho bovino do país: 27,3
milhões de cabeças.
Em nota, o grupo JBS-Friboi disse que a "sustentabilidade é um valor fundamental" e que, por conta disso,
possui um controle na aquisição de gado de acordo com
a legislação socioambiental.
O grupo Marfrig disse que
promove boas práticas ambientais e que "se reserva o
direito de adquirir matéria-prima de fornecedores alinhados" com essa exigência.
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