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folhainvest
Clínica de Finanças ensina como se organizar
Serviço gratuito ajuda a controlar gastos, poupar e investir melhor
Primeira medida para pagar dívidas e planejar compras é fazer um diagnóstico financeiro, explica economista
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Como saio das dívidas? É
melhor comprar um imóvel
com minhas economias ou
pegar um empréstimo? Como financio um carro ou uma
casa? Onde aplico meu dinheiro? Estou investido corretamente?
Essas são as principais dúvidas de quem procura a Clínica Financeira, que já atendeu gratuitamente 2.000
pessoas desde 2002, em doze
Estados.
E a resposta para todas começa no mesmo ponto, como
ensina o economista Fabiano
Calil, criador do projeto.
"O primeiro passo é fazer
um diagnóstico financeiro, e
95% dos que procuram a Clínica nunca fizeram um."
Segundo Calil, o diagnóstico consiste em identificar
qual é sua receita, seus gastos, suas dívidas, seu patrimônio e seus desejos.
Com essas informações, é
possível começar a organizar
as finanças, definindo onde
reduzir despesas e como concretizar as intenções de consumo.
DÍVIDAS
Metade das pessoas atendidas pela Clínica tem 50%
da sua renda comprometida
com dívidas. Para fugir dessa
armadilha, Calil aconselha
evitar empréstimos muito
longos, que implicam juros
maiores, e economizar para
comprar à vista ou dar uma
entrada maior.
Isso não significa, porém,
que seja correto gastar toda a
poupança para não contrair
dívidas.
"Muitos que chegam a nós
têm dívidas e investimentos.
Não está necessariamente errado. É importante ter uma
reserva para situação de imprevisto", orienta.
A gerente comercial Angela Cristina da Silva, 40,
aprendeu no ano passado,
na Clínica, que deveria separar entre 10% e 20% da sua
renda para investimentos.
Segundo Calil, quem poupa menos de 10% provavelmente se tornará um idoso
dependente dos filhos financeiramente. O erro mais comum, afirma, é a concentração dos investimentos num
mesmo tipo de ativos, como
ações ou imóveis.
Depois do atendimento,
Silva decidiu mudar sua estratégia. Deixou de investir
em um fundo de private
equity (de participação em
empresas) que lhe rendeu
prejuízos e passou a aplicar
em títulos de renda fixa como
CDBs (Certificados de Depósito Bancário).
Comprou também um terreno no interior de Minas Gerais, com intuito de revendê-lo após sua valorização.
"Tenho um filho pequeno
e isso me fez adotar uma postura mais conservadora."
DISCIPLINA
Na Clínica, Silva contou
que é muito disciplinada no
pagamento de contas. Foi
aconselhada então a usar
mais o cartão de crédito e potencializar os ganhos dos
programas de benefício.
Cancelando 2 dos 4 que tinha, reduziu os custos com
tarifas e aumentou o ganho
de milhas aéreas. Com elas,
emitiu passagens para viajar
este mês a Fortaleza.
A disciplina também ajuda
no controle financeiro. Silva
passou a registrar toda noite
suas despesas num caderno.
Mensalmente, ela lança as
informações numa planilha.
Depois disso, conseguiu padronizar seus gastos.
"Minhas despesas variavam muito. Agora, gasto cerca de R$ 5.000 por mês".
Calil desaconselha, no entanto, anotar todas as compras. O mais importante é ter
ciência dos gastos principais.
Habitação, dívidas e alimentação comprometem a maior
parte da renda dos brasileiros. Gastos com lazer ficam
por último.
"Não adianta se trancar
em casa, economizar no sabonete, anotar que comprou
um chiclete. Isso torna o controle financeiro muito chato.
Vira um desestímulo", diz.
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