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Petrobras terá forte oscilação até oferta de ação
Papel pode reagir, mas terá risco alto até 2020
TONI SCIARRETTA
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Findo o mistério em torno
do preço do petróleo que será
usado na capitalização, os
papéis da Petrobras dispararam nos últimos pregões.
As perspectivas de longo
prazo, porém, continuam incertas para a estatal que terá
de dividir um mesmo montante de lucro com um número maior de acionistas.
E o pré-sal é uma realidade
só para 2020; até lá a companhia vai ter investir pesado e
correr muitos riscos para desenvolver a tecnologia de extração de petróleo no pré-sal.
A empresa, porém, está
bem posicionada na exploração de uma das poucas reservas comprovadas de petróleo
do mundo. Tem praticamente o monopólio do setor.
Como as ações caíram
muito neste ano, há espaço
para recuperação.
Analistas de mercado
acreditam que as ações da estatal continuarão voláteis pelo menos até o fim da oferta.
Capitalizações tendem a
pressionar os papéis para
baixo, pois os investidores
aguardam para comprar
ações na oferta, quando ela é
vendida com desconto.
Foi o que ocorreu com os
papéis do Banco do Brasil,
que desabaram antes da capitalização e subiram depois.
A sócia da Oren Investimentos Daniella Marques
considera que entrar na capitalização é uma boa alternativa para quem busca ganhos
de curto prazo. Segundo a
gestora, muitos fundos que
venderam ações da Petrobras devem recomprar os papéis, impulsionando a alta.
No entanto, ela desaconselha o ativo para quem pensa no longo prazo. Para Marques, a companhia tem problemas sérios de transparência e de governança, o que
afasta os investidores.
"A operação é um péssimo
sinal do ponto de vista da governança corporativa e mostra que o foco principal do
governo não é gerar valor para os acionistas da Petrobras,
mas dividendo políticos."
Segundo a sócia da Oren, o
plano de negócios da Petrobras até 2014 prevê investimentos pouco lucrativos e
usa como premissa um valor
médio muito alto para o barril de petróleo (US$ 80), que
pode não se confirmar.
Na avaliação do suíço
UBS, a capitalização terá um
com custo alto de capital para a companhia, que pode ficar sem ganhar com a operação por até seis anos.
No entanto, o banco reconhece a possibilidade de ganhos suplementares de sinergia e de escala no futuro
com a extração de petróleo
em diferentes áreas, como
defende a Petrobras.
RESERVA DE AÇÕES
Para o investidor pessoa física, a reserva dos papéis da
Petrobras começa no dia 13 e
termina em 16 de setembro.
No caso do FGTS, o trabalhador pode usar até 30% do
saldo, mas só pode aderir
quem entrou em 2000.
O pedido de reserva com
FGTS deve ser feito no banco
gestor de cada fundo.
Quem não tem direito de
utilizar o FGTS nem é acionista da Petrobras também
pode aderir, porém, sem
prioridade na compra. Para
isso, precisa ter conta em
uma corretora. Se a procura
for alta, haverá rateio.
Nas corretoras, o investimento mínimo é de R$ 1.000
e o máximo, de R$ 300 mil.
Nos fundos, o aporte começa a partir de R$ 200.
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