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Domésticas consomem mais, mas situação ainda é precária
Fernando Rabelo/Folhapress
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Lurdes da Conceição, que está comprando fogão a prazo
DO RIO
Empregadas domésticas
relatam que estão consumindo mais bens e fazendo mais
compras de supermercado.
A mensalista Lurdes Conceição, 50, acabou de parcelar geladeira e fogão. "A vida
melhora, mas é pouco."
Ela diz que é difícil se garantir para a velhice porque
não tem FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O depósito do fundo para as
domésticas é opcional.
Para analistas, o aumento
da renda e do crédito permite
que as trabalhadoras satisfaçam algumas necessidades,
mas não elimina a precariedade da profissão
Hildete Araújo, da Universidade Federal Fluminense,
diz que o emprego doméstico
ainda é o pior para as mulheres, referindo-se à falta de benefícios como plano de saúde e às longas jornadas.
Nas sete principais regiões
metropolitanas, segundo o
Dieese, a carga horária semanal média das mensalistas
pode variar de 38 horas (São
Paulo) a 59 horas semanais
(Recife).
Araújo ressalta que mulheres mais jovens estão preferindo trabalhar no comércio e em serviços, que oferecem mais benefícios.
Em três agências de emprego visitadas pela Folha
no Rio não havia pessoas
com menos de 40 anos procurando vagas de doméstica.
Para Patrícia Costa, do
Dieese, como muitas domésticas são chefes de família, a
baixa proteção trabalhista
aumenta a vulnerabilidade
dessas famílias.
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