São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2010

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Domésticas consomem mais, mas situação ainda é precária

Fernando Rabelo/Folhapress
Lurdes da Conceição, que está comprando fogão a prazo

DO RIO

Empregadas domésticas relatam que estão consumindo mais bens e fazendo mais compras de supermercado.
A mensalista Lurdes Conceição, 50, acabou de parcelar geladeira e fogão. "A vida melhora, mas é pouco."
Ela diz que é difícil se garantir para a velhice porque não tem FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O depósito do fundo para as domésticas é opcional.
Para analistas, o aumento da renda e do crédito permite que as trabalhadoras satisfaçam algumas necessidades, mas não elimina a precariedade da profissão
Hildete Araújo, da Universidade Federal Fluminense, diz que o emprego doméstico ainda é o pior para as mulheres, referindo-se à falta de benefícios como plano de saúde e às longas jornadas.
Nas sete principais regiões metropolitanas, segundo o Dieese, a carga horária semanal média das mensalistas pode variar de 38 horas (São Paulo) a 59 horas semanais (Recife).
Araújo ressalta que mulheres mais jovens estão preferindo trabalhar no comércio e em serviços, que oferecem mais benefícios.
Em três agências de emprego visitadas pela Folha no Rio não havia pessoas com menos de 40 anos procurando vagas de doméstica.
Para Patrícia Costa, do Dieese, como muitas domésticas são chefes de família, a baixa proteção trabalhista aumenta a vulnerabilidade dessas famílias.


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