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Brasileiro reduz pela metade tempo gasto em compra no supermercado
Consumidor faz visitas mais frequentes e gasta em média 30 minutos, ante uma hora em 1998
Mudança de hábito é motivada por falta de tempo, trânsito difícil
e maior comodidade, segundo pesquisadora
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
O consumidor brasileiro
prefere ir a mercados mais
próximos de casa para fazer
compras menores e mais frequentes. O tempo médio de
permanência não passa de
30 minutos, enquanto em
1998 superava uma hora.
Os dados fazem parte do
estudo "Comportamento do
Consumidor em Super e Hipermercados", que será divulgado hoje pela Popai Brasil, associação para o desenvolvimento do marketing nos
pontos de venda.
Fatores como comodidade, falta de tempo e trânsito
engarrafado explicam essa
mudança de comportamento, afirma a pesquisadora do
Provar (Programa de Administração do Varejo) Ana Caroline Fernandes.
E a inflação controlada desobriga o brasileiro de comprar em grande quantidade
para se proteger da disparada dos preços, como era comum até o início dos anos 90.
A média de itens comprados a cada visita ao mercado
caiu de 44, em 1998, para 23,
em 2004, e 8, em 2010.
Isso leva as empresas a investir em unidades mais enxutas, onde a menor dispersão dos produtos permite
economizar tempo, diz Fernandes. Ela ressalta que os
hipermercados não estão
perdendo mercado.
"O consumidor privilegia
os mercados próximos para
comprar produtos perecíveis. Os demais, ele adquire
mensalmente em lojas mais
distantes e baratas."
Entre os 1.860 entrevistados pela Popai em 62 lojas de
sete Estados (SP, RJ, RS, PR,
PE, BA e MG), 24% disseram
que compram no local mais
próximo de casa. Esse percentual era de 22% em 2004.
Os que consomem em locais não muito distantes ainda são maioria (51%), mas a
proporção diminuiu em relação a seis anos antes (55%).
O percentual daqueles que
se deslocam para longe ou
muito longe subiu de 23% em
2004 para 25% em 2010.
MINISHOPPINGS
Fernandes observa que,
entre os mercados maiores,
as redes de "atacarejo" (que
vendem para comércios menores, mas também atendem
o pequeno consumidor)
atraem as classes C e D, em
busca de preços melhores.
Já os hipermercados têm
investido cada vez mais em
serviços, como farmácia, lavanderia e restaurante, visando as classes A e B. "Estão
virando minishoppings", resume ela.
Segundo o presidente da
Popai, Chan Wook Min, o objetivo é reter o cliente pelo
máximo de tempo na loja,
potencializando os ganhos
com compras por impulso. A
pesquisa mostra que o brasileiro compra em média um
quarto a mais do que planeja.
A pesquisa mostra ainda
que a alta da renda das classes C e D provocou o aumento do grupo que paga em dinheiro (58% em 2010, ante
45% em 2004).
Para Chan, o aumento dos
divórcios e as mudanças na
divisão de tarefas domésticas
explicam a maior frequência
de homens nos mercados
(32% ante 23%).
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