São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

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Espanha processa controladores aéreos

Autoridades dizem que serviço voltou ao normal ontem, com quase 2.500 voos realizados e 165 cancelados

Passageiros que chegam a São Paulo comparam situação em Madri à crise nos aeroportos brasileiros em 2007

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

A Aena, autoridade aeroportuária espanhola, abriu processos administrativos contra 442 controladores de voo por conta da greve que interrompeu os serviços no país e prejudicou cerca de 650 mil passageiros.
Os investigados representam 20% dos controladores. Durante a greve, que começou na sexta-feira e durou até a tarde de sábado, os militares assumiram o controle dos aeroportos espanhóis.
Um conselho ministerial decretou estado de alerta, obrigando os profissionais a retomar seus postos.
Ontem, 263 dos 273 controladores que deveriam trabalhar se apresentaram.
A Aena dizia que, até as 19h de ontem (horário local), 2.470 voos haviam sido realizados, dos 4.060 previstos para o domingo, e 165 voos haviam sido cancelados.
Apesar de declarar que os aeroportos espanhóis funcionavam normalmente, a Aena sugeria que os viajantes verificassem com as companhias antes de ir aos terminais.
Até o fechamento desta edição, Iberia e TAM confirmavam todos os voos previstos para sair ou chegar a São Paulo ontem.

"COMO NO BRASIL"
Após atraso de 1 hora e 24 minutos, o voo 6825 da companhia espanhola Iberia tocou ontem, às 9h24, a pista do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Foi o primeiro voo da Iberia a conseguir chegar a São Paulo depois do fim da greve.
Apesar dos dois dias sem voos para São Paulo, os passageiros do voo 6825 relataram à Folha que a aeronave da Iberia tinha muitos lugares vazios. A confusão gerada pela greve pode explicar isso.
"Só cheguei aqui agora porque fui informado qual era a fila exata em que eu poderia remarcar o voo. Muita gente que estava comigo em outra fila não conseguiu embarcar", disse o engenheiro Gustavo Carvalho, 28.
"O avião teve inclusive que esperar uma hora para a retirada de bagagens pertencentes a 17 passageiros que não embarcaram", relata.
Para o engenheiro Adriano Macedo, a confusão no aeroporto lembrou as cenas da crise aérea que atingiu o Brasil em 2007, também por causa de greve de controladores.
"Tinha gente dormindo em todos os lugares possíveis. Ninguém tinha informação sobre o que estava acontecendo. Foi a mesma confusão que vi no Brasil."
Marcelo Hayashi, 25, deu um caloroso abraço nos pais, que o aguardavam em Cumbica. Depois de um atraso no voo da Iberia de Lisboa a Madri, ele e a namorada perderam a conexão para São Paulo na sexta-feira.
Como eram passageiros em conexão, conseguiram acomodação num hotel bancado pela companhia.
"Nem todo mundo conseguiu isso, principalmente quem iria fazer o check-in em Madri. Esses tiveram que dormir no aeroporto, mesmo."

Com agências de notícias


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