São Paulo, segunda-feira, 07 de março de 2011

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Clube leva pequeno investidor à Bolsa

Diversificação com poucos recursos é uma das vantagens da ferramenta, indicada para quem quer aprender

Existem hoje 3.054 clubes de investimento no país, com patrimônio líquido de R$ 11,4 bi e 131.521 participantes

MARIA PAULA AUTRAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pode acreditar: é possível entrar na Bolsa com R$ 200. Para aplicações individuais, o valor é baixo. Mas, com esse montante e um grupo de pessoas com um objetivo em comum, é possível organizar um clube de investimento.
No Brasil, existem hoje 3.054 clubes, com um patrimônio líquido total de R$ 11,4 bilhões e 131.521 participantes, segundo dados de 2010 da Bovespa.
Eles são usados como uma porta de entrada para o mercado financeiro e são indicados para investidores que buscam aprender sobre investimentos.
"Aquelas pessoas que conhecem pouco e que têm medo do risco investem coletivamente, colocando um pouquinho de dinheiro na aplicação. Conforme vão aprendendo, vão alterando a quantia", explica Tércia Rocha, consultora da Bovespa.
Em geral, um clube pode ter entre três e 150 pessoas e deve ter um representante. Os integrantes podem ser, por exemplo, de uma mesma empresa ou família. No caso de funcionários de uma mesma empresa ou entidade, pode ser um grupo até maior.
Os participantes podem investir quantias pequenas e cada um tem direito a até 40% das cotas. A possibilidade de diversificação da carteira investindo pouco é uma das vantagens do clube.
"Você pode investir pouco, experimentar e aprender. Quando sai matéria sobre uma empresa no jornal, por exemplo, a gente ensina como interpretá-la", diz o diretor operacional da corretora SLW, Robson Queiroz.
Pelas regras da CVM, os clubes devem ter ao menos 51% do dinheiro aplicado em ações e 49% em outros títulos, como de renda fixa.

COMO MONTAR
Com 15 amigas, a aposentada Rosegleyde de Souza Rocha criou em 2001 um clube que hoje conta com 65 cotistas. Atualmente, cada um aplica R$ 200 por mês.
"A experiência de 2008 foi muito difícil, mas conseguimos resgatar nosso capital. E agora estamos um pouco mais maduras para enfrentar crises", diz.
Para montar um clube, os participantes devem procurar um administrador: uma corretora de valores, distribuidora de títulos ou um banco. Além de preparar a documentação e mostrar as regras do clube, ele envia informações e pode indicar as ações que entram na carteira.
"Uma vantagem é que dilui a despesa de taxa de corretagem, de administração. Outra é o Imposto de Renda", afirma a aposentada.
No clube, o cotista só é tributado quando retira o dinheiro. "Você aplica R$ 10 mil e daqui a um mês retira R$ 15 mil. Sobre os R$ 5.000 que você ganha, o imposto é recolhido na fonte, 15%", diz Doraci Júlia, assessora de investimentos da Prosper.

RETORNO
Mas, para os investidores que querem rapidez, os clubes não são uma boa opção, afirma Júlia. "Para quem quer comprar hoje e vender amanhã, o clube não serve." A meta , destaca, é fazer poupança, investir e diversificar.
Outra desvantagem é o poder de decisão pulverizado, já que ninguém tem maioria das cotas, segundo Queiroz. "Quem já aprendeu a investir não vai querer entrar em um clube de investimento."


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