São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Agnelli tem "teoria equivocada" para a Vale, afirma Lula

"Quando ele comprou navios na China, fiquei muito chateado", diz ex-presidente

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas ao presidente da Vale, Roger Agnelli, por seu foco em investimentos fora do Brasil e "teoria equivocada" à frente da empresa. Agnelli vai ser substituído por Murilo Ferreira, ex-executivo da Vale.
"Eu tinha uma divergência pública com o Roger, que era [minha insistência] em fazer investimentos no Brasil."
"Quando ele comprou navios na China, eu fiquei muito chateado. A teoria dele de não construir siderúrgica para não competir com seus clientes era equivocada. A gente vendia minério de ferro para a China e depois importava aço dos chineses. Seria melhor produzir aço e exportar para a China."
O ex-presidente falou rapidamente a jornalistas após uma apresentação com cachê estimado em centenas de milhares de dólares para a Microsoft, em Washington.
Ele disse ter "discutido muito" com Agnelli e que "ninguém é insubstituível". Mas o chamou de "amigo" e afirmou esperar que "a pessoa que está sendo indicada preste os mesmos serviços sérios à Vale e ao país que o Roger prestou".
"O Roger é tão bom que acho que vou levá-lo para trabalhar comigo", disse, em tom de brincadeira.
Lula afirmou ainda que não vê o processo de substituição do comando como "interferência" do governo Dilma Rousseff.
"Se o Conselho da Vale e o fundo de pensão [Previ], que têm forte participação [na empresa], entendem que tem de mudar, precisamos ver isso com naturalidade", disse.
Procurado, Agnelli não quis comentar as declarações.


Texto Anterior: Revolta em Jirau atrasará obra em 6 meses
Próximo Texto: Portos do país chegam ao limite, diz agência
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.