São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011 |
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Sem contrapartida, governo ameaça manter IPI de carros Benefício de redução do imposto pode cair com resistência das montadoras em ampliar investimentos MAELI PRADO DE BRASÍLIA O governo pode desistir de reduzir o imposto de veículos se as montadoras não destinarem um percentual do faturamento para investimentos em pesquisa e tecnologia, definindo um índice de nacionalização de peças e metas de eficiência energética. O recuo da decisão, anunciada no mês passado, foi a forma encontrada para pressionar os fabricantes de veículos, cujos representantes se reuniram ontem com o ministro Guido Mantega (Fazenda), para recuarem da resistência em aceitar essas contrapartidas. Em agosto, por meio de medida provisória, o governo federal determinou que, até julho de 2016, veículos produzidos no Brasil teriam o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido. Não ficaram definidos, porém, os valores nem como o abatimento ocorreria. Na época, anunciou-se que a renúncia fiscal para os veículos de transporte chegaria a R$ 1,9 bilhão no período entre 2011 e 2012. RESISTÊNCIA Nas reuniões que se seguiram, de acordo com o que a Folha apurou, o governo encontrou resistência das montadoras em aceitar as contrapartidas e o repasse da redução do IPI para os consumidores. Empresas menores, que importam motor e câmbio, têm opinião diferente das grandes em relação à exigência de um índice maior de nacionalização de peças (hoje a média é de 65%). Entre analistas do setor, a avaliação é que o governo nos últimos dias vem deixando claro, extraoficialmente, a intenção de desistir do benefício como forma de dobrar a resistência das empresas. Uma possibilidade para compensar o recuo é elevar o IPI de automóveis que não se enquadram no novo regime automotivo. Isso atingiria os modelos importados. Os especialistas questionam a exigência de nacionalização sendo que não há fiscalização rigorosa, como ocorre nos EUA e em alguns países da Europa. Procurada, a Anfavea (associação das montadoras) não se pronunciou. O plano Brasil Maior foi anunciado para aumentar a competitividade da indústria nacional e prevê renúncia fiscal total de R$ 24,5 bilhões. Texto Anterior: Sistema pré-pago aguarda aval da agência reguladora Próximo Texto: Veículos: Recall da Honda afeta 586 no Brasil Índice | Comunicar Erros |
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